Figura invulgar, Luiz Pacheco deu de barato as ambições sociais do seu tempo, o respeito das convenções, a obediência às regras e o acatamento dos limites. Fundador da mítica Contraponto, onde publicou autores como José Cardoso Pires, Mário Cesariny, Natália Correia ou Herberto Helder, foi um exemplo de sarcasmo vivo e amargo, polemista temível e temido, intriguista e generoso, inconformista e incómodo. Lutou por ser livre como ninguém da sua geração – e a sua vida teve um lado escabroso, pela qual pagou um alto preço, com solidão, alcoolismo e prisão. Uma história que António Cândido Franco conta, de forma rigorosa e sem preconceitos de linguagem, no seu livro “O Firmamento É Negro e Não Azul”.