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Luis Sepúlveda: “Instituiu-se a ideia mesquinha de uma Europa como fortaleza”

O escritor chileno pagou caro pelas opções políticas que fez. A prisão e o exílio marcaram a sua vida, que sempre obedeceu a uma firme convicção: “ter a consciência tranquila é das melhores coisas que podemos sentir quando nos vemos ao espelho”. A escrita continua a ser uma paixão e observar o que o rodeia também. Eis o mundo visto pela lupa do cidadão Sepúlveda.

O jovem que nasceu em Ovalle, Chile, em 1949, começou por estudar produção teatral na Universidade Nacional. Em 1969, recebeu uma bolsa de cinco anos para estudar em Moscovo. Ao fim de cinco meses foi expulso por mau comportamento e regressou a Santiago. Filiou-se no Partido Socialista e acreditou no novo Chile que Salvador Allende queria construir. Foi escolhido para integrar o GAP – Grupo de Amigos Pessoais do presidente, responsáveis pela sua segurança – e vive intensamente os 1.000 dias do governo Allende. É preso na sequência do golpe de Estado de 11 de setembro de 1973, fica detido dois anos e meio e, graças à ajuda da secção alemã da Amnistia Internacional, sai em liberdade condicional, ficando sob prisão domiciliária. Consegue fugir e, na clandestinidade, cria, com um amigo, um grupo de teatro, que se tornou no primeiro foco de resistência cultural à ditadura de Augusto Pinochet. É novamente detido e condenado a 28 anos de prisão por traição e subversão. A secção alemã da Amnistia Internacional volta a interceder por ele e a sentença é convertida em oito anos de exílio.

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