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Lucros das empresas do PSI caem 11% no primeiro semestre para 2,7 mil milhões

Todas as sociedades que integravam o PSI no primeiro semestre deste ano, tiveram resultados positivos mas oito baixaram os lucros (Altri, EDP, EDP Renováveis, Galp, Ibersol, NOS, Navigator e Semapa), conclui a análise da Maxyield.

A Maxyield elaborou uma análise sobre o desempenho empresarial no primeiro semestre de 2025, do universo empresarial PSI, "devidamente homogeneizada, elaborada com base nas Demonstrações Financeiras Consolidadas".

"Paralelamente é feito um confronto com o período homólogo de 2024, permitindo uma compreensão rápida da evolução verificada", explica a associação dos pequenos acionistas.

Assim, os resultados líquidos (lucros) consolidados obtidos pelas empresas do PSI no primeiro semestre deste ano, atingiram os 2.731 milhões de euros, representando uma diminuição homóloga semestral de -10,9% face aos 3.064 milhões no primeiro semestre de 2024.

Todas as sociedades que integravam o PSI no primeiro semestre deste ano, tiveram resultados positivos mas oito baixaram os lucros (Altri, EDP, EDP Renováveis, Galp, Ibersol, NOS, Navigator e Semapa), conclui a análise.

Esta análise só contempla um PSI de 15 cotadas, já que a Teixeira Duarte só entrou  para o PSI (Portuguese Stock Index) a 22 de setembro de 2025, após uma revisão da Euronext, e substituindo a Greenvolt que foi excluída anteriormente.

No primeiro semestre a capitalização bolsista do PSI passou de 73,4  mil milhões de euros no final do primeiro semestre de 2024 para 74,4 mil milhões no fecho do primeiro semestre deste ano, representando sensivelmente 25% do PIB nominal, sendo que cinco sociedades relevantes registaram uma diminuição de valor (Altri, Navigator, Corticeira Amorim, Galp e EDP Renováveis).

A evolução do BCP, EDP e Jerónimo Martins, explica o crescimento da capitalização bolsista, sendo que a Sonae e a REN, deram também um contributo positivo, mas menos intenso.

Apesar do crescimento de 17% do PSI, a capitalização bolsista teve apenas um aumento de 1,3% devido à saída da Greenvolt, efeitos de politicas de buy back (CTT e Galp) e impacto das sociedades com queda de valor (Altri, Navigator, Corticeira Amorim, Galp e EDP Renováveis).

"A Navigator em Abril e a Altri em Junho entraram na situação de bear market, sendo as únicas sociedades do PSI nesta situação em final de Junho", refere a Maxyield que acrescenta que "globalmente, o PSI mantem o seu bull market, com uma dinâmica de crescimento que ultrapassa largamente o benchmark europeu e os índices norte americanos".

As sociedades com variação positiva em bolsa foram o BCP (42,2%), os CTT (39,8%), a REN (32,7%), a Sonae (32,2%), a Mota-Engil (31,7%), a Ibersol (29,4%), a EDP (19,1%), a Semapa (17,8%), a Jerónimo Martins (16,4%) e a NOS (16,2%).

As  cinco cotadas com quebra da cotação foram a Navigator (-11,3%), a Altri (-8,6%), a EDP Renováveis (-5,6%), a Galp (-2,4%) e a Corticeira Amorim (-1,6%).

A Maxyield detalha ainda que três sociedades apresentam uma cotação inferior ao seu valor contabilístico (Semapa, Sonae SGPS e EDP Renováveis). "Observamos que oito sociedades aumentaram o lucro por ação e sete diminuíram os resultados por ação (Altri, EDP, EDP Renováveis, Ibersol, NOS, Navigator e Semapa)", refere a associação.

"Verifica-se que os títulos da EDP, EDP Renováveis e Ibersol, ao contrário das restantes, baixaram o seu book value, devido à diminuição do capital próprio por ação", acrescenta.

"A redução do book value da EDP e Ibersol explicam-se pela politica de dividendos com payout superiores a 100%, enquanto que a quebra na EDP Renováveis fica a dever-se ao efeito base (influência da forte quebra de resultados não recorrentes no 2º semestre de 2024", explica a Maxyield.

As sociedades que subiram o price book value foram o BCP, os CTT, a Ibersol, a NOS, a REN, a Semapa e a Sonae SGPS.

Com um price book value acima da média do mercado encontram-se a Jerónimo Martins, a Mota-Engil, a Galp, os CTT e a Altri.

Entre o primeiro semestre de 2024 e o primeiro semestre de 2025 verificou-se que a maioria das sociedades baixaram o seu price book value.

A Maxyield  destaca que o free float atingiu no final de do 1º semestre deste ano 44,3% contra 42,5% no semestre homólogo de 2024.

As sociedades com maior free float são aquelas que apresentam maior peso no PSI.

"No triénio 2022-2025 o rácio Market Cap / PIB nominal sofreu uma regressão, atingindo em 2024 o valor mais baixo dos últimos 15 anos. Mas esta trajetória descendente foi invertida no 1º semestre de 2025, no final do qual se estima um rácio de 25%", diz a Maxyield.

A EDP, a EDP Renováveis e o BCP têm vindo a aumentar importância relativa na capitalização bolsista.

Outros dados relevantes são os Rendimentos Operacionais (vendas e prestações de serviços) que no universo empresarial PSI atingiram os 52,2 mil milhões de euros no primeiro semestre 2025, cujo valor representa um crescimento de 3%
relativamente a igual período ano anterior.

Já o EBITDA no sofreu uma diminuição de -4% relativamente ao período homólogo de 2024. Em consequência, a rentabilidade comercial (EBITDA /rendimentos operacionais) passou de 20% no  primeiro semestre de 2024 para 18,5% no  no primeiro semestre de 2025.

No global das 15 empresas do PSI o Cash Flow Bruto de Exploração atingiu os 5,9 mil milhões de euros até junho deste ano, enquanto o CAPEX técnico (despesas de capital) foi de 5,3 mil milhões.

No final do primeiro semestre, a Dívida Liquida Total deste universo empresarial atingiu o valor de 50,7 mil milhões de euros e apresenta um crescimento semestral de 3,2 mil milhões.

Já a relação Dívida Liquida Total / EBITDA atingiu em junho o rácio 3,3 contra 2,81 no primeiro semestre de 2024.

Apenas três empresas do PSI baixaram a Divida Liquida Total: a Corticeira Amorim, a Mota-Engil e a REN.