Pagam-me o passe no trabalho e mesmo assim não o tenho usado.” Andreia Carrilho, 34 anos, mora em Lourel, encostada a Sintra, e trabalha em Lisboa. Tem autocarros e comboio a menos de 10 minutos a pé de casa. Mas a viagem de transportes públicos demora mais meia-hora e é mais incerta do que a boleia do marido para ir buscar a filha à escola. Exemplos como este sucedem-se apesar das medidas tomadas nos últimos anos, como a introdução dos passes a 30 e 40 euros, a chegada da Carris Metropolitana e mesmo as viagens grátis para os menores de 23 anos. A herança pesada de uma cidade desenhada para o automóvel, a falta de restrições ao transporte sobre rodas e as casas cada vez mais longe de Lisboa justificam a tendência. Os dois principais candidatos à autarquia da capital apostam em mais medidas para estimular a procura.
Lisboa “enche balde furado” com mais incentivos aos transportes públicos
Autárquicas : Mais de 400 mil carros entraram e saíram da capital no ano passado apesar dos passes mensais a 40 euros e das viagens grátis para os mais jovens. Tirar automóveis da cidade depende de menos incentivos ao estacionamento e de mais corredores só para transportes públicos.
