Os dirigentes da União Europeia – chefes de Estado ou de governo – reunir-se-ão em Granada (Espanha) a partir do próximo dia 6, sexta-feira, tendo na agenda a ambição de debaterem as prioridades comuns para os próximos anos. “Vamos para dar início aos debates sobre as prioridades para os próximos anos. Fazendo o balanço dos trabalhos anteriores sobre o modo de reforçar a autonomia estratégica da União, os debates ajudarão a preparar a próxima agenda estratégica comum, um plano quinquenal de políticas que dotará a União de diretrizes e orientações políticas gerais”, diz a informação oficial”.
Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, explicou aos líderes europeus que “esta reunião reveste-se de uma importância significativa: não só encetaremos um diálogo construtivo sobre as questões mais prementes que a nossa União enfrenta atualmente, como a migração, mas esta reunião marca o início de um importante processo de reflexão sobre as futuras prioridades da nossa União. A partir de Granada, as nossas discussões permitir-nos-ão traçar coletivamente o rumo da União, definindo a sua direção e objetivos para os próximos anos”. O resultado será, nos próximos meses, a redação da Agenda Estratégica 2024-2029.
Para o ex-primeiro-ministro belga, “quando a Rússia lançou a sua guerra de agressão contra a Ucrânia, há mais de 18 meses, abordámos a realidade em mudança no nosso encontro em Versalhes. Para além de concordarmos em prestar um apoio inabalável à Ucrânia, definimos um novo curso de ação estratégico para construir a nossa soberania, comprometendo-nos a reforçar conjuntamente as nossas capacidades de defesa, reduzir a nossa dependência energética e construir uma base económica mais robusta”.
Ora, neste contexto, “Granada é o momento de olhar para trás e avaliar criticamente os progressos no reforço da nossa soberania europeia, identificando as nossas conquistas, bem como as áreas que ainda requerem a nossa ação política”. Para Charles Michel, “é também o momento de olhar para o futuro, identificar os desafios futuros que teremos de enfrentar e definir a nossa estratégia para aproveitar todas as oportunidades que temos pela frente para garantir a resiliência e a competitividade da UE neste ambiente geopolítico em mudança”.
Para além da agenda estratégica, uma parte inerente do encontro diz respeito ao futuro de uma União Europeia alargada e às consequências que essa expansão pode trazer. “É vital que contemplemos a dinâmica futura da nossa União, as nossas políticas e o processo de tomada de decisões, entre outros, para garantir o sucesso contínuo da UE. Em particular, abordaremos questões críticas, tais como: O que fazemos juntos? Como decidir? Como podemos combinar os nossos meios com as nossas ambições?”
Em carta dirigida aos líderes dos Estados-membros, o antigo primeiro-ministro belga disse que “à medida que o mundo se torna mais complexo, a União vê-se confrontada com desafios económicos e geopolíticos.
Para tornar a Europa uma potência forte, dinâmica e competitiva, os dirigentes da UE deverão debater, em Granada e em futuras reuniões nos próximos meses, as principais prioridades, tais como: segurança, defesa e ciber-resiliência; competitividade a longo prazo e o mercado único da EU; preparação para crises; as transições ecológica e digital; multilateralismo e parcerias mundiais; migração; e alargamento e capacidade de absorção”.