O desfecho do leilão de 5G, que abre a porta à entrada de novos players no mercado português, veio atrapalhar o potencial processo venda da operação portuguesa do grupo Altice, segundo fontes do mercado ouvidas pelo Jornal Económico.
O processo informal desencadeado há um ano, para o qual foi mandatado o banco francês Lazard, ficou suspenso à espera dos resultados do leilão de 5G, que chegou ao fim na semana passada, lançando uma nova luz sobre o valor da empresa portuguesa. Razão pela qual os fundos se voltaram a interessar pela Altice Portugal. A expetativa do mercado é que, com a conclusão do leilão, a Altice decida avançar formalmente com a venda da operação portuguesa.
A ajudar ao valor que o grupo francês liderado por Patrick Drahi pretende encaixar está o facto de se tratar do único incumbente europeu a ser colocado no mercado, nesta altura.
A Altice tem negado, através de fontes oficiais, que haja um processo de alienação em curso, garantindo que a operação portuguesa é para manter.
De acordo com a Bloomberg, há pelo menos cinco potenciais interessados na compra da unidade portuguesa do grupo liderado por Patrick Drahi, numa operação estimada em cerca de sete mil milhões de euros. Além da MásMovil (dona da Nowo), estarão na corrida os fundos CVC Capital Partners, Apollo Global Managment, Blackstone e EQT.
As fontes conhecedoras do processo dizem que a MásMovil, que já está presente em Portugal através da Nowo (antiga Cabovisão), poderá ver na MEO a forma de crescer em Portugal. A operadora espanhola, que no início do ano avançou para a compra da Vodafone em Espanha, tem claramente uma estratégia de crescimento por aquisições. Os donos da operadora Nowo estão determinados a crescer na Península Ibérica e os jornais espanhóis noticiaram em fevereiro que tinham contratado o Goldman Sachs para analisar possíveis aquisições em Espanha e Portugal.
Em Portugal o grupo espanhol tem vindo a reforçar a sua presença, sendo um dos grupos que conquistaram frequências no leilão de 5G.