A Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada pelo fundo norte-americano Kohlberg Kravis Roberts (KKR) sobre a empresa portuguesa do setor das energias renováveis Greenvolt foi o mais importante no mercado de capitais português este ano.
Em dezembro do ano passado, o KKR acordou a compra das posições dos então principais acionistas da empresa liderada por João Manso Neto, num processo que só ficou concluído em maio deste ano. Ficou com 78,90% do capital da empresa oferta pública de aquisição voluntária, que se transformou em obrigatória para adquirir o capital que ainda não detinha.
Na semana passada, a Euronext anunciou em comunicado que os norte-americanos conseguiram adquirir 97,64% da Greenvolt, podendo cumprir o objetivo de avançar, como previsto, com o direito de aquisição potestativa das restantes ações.
O intermediário financeiro responsável pela assistência à oferta foi o Santander.
A assessoria jurídica foi prestada pela Uría Menéndez, do lado do oferente, e pela PLMJ, do lado do intermediário financeiro.
Do lado do oferente, a consultoria de comunicação e as relações públicas foram da responsabilidade da H/Advisors CV&A.
A Greenvolt deixou de integrar o PSI, o principal índice da bolsa portuguesa, e será excluída da negociação.
O comunicado detalhou que o grupo adquiriu, através da oferente (GVK Omega) por outras participadas KKR em bolsa e fora de bolsa durante o período da oferta, 18,93% do capital da Greenvolt.
O total “adquirido pela oferente em resultado da oferta através do serviço de centralização de bolsa” foi de 12,08%.
Nesta oferta, a KKR pagou 8,3107 euros por cada ação, “o que equivale ao montante global da oferta de 452.683.371,9 euros”, de acordo com um prospeto, divulgado através da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
A contrapartida oferecida na OPA inicial tinha sido de 8,3 por ação.
A capitalização bolsista da empresa era, à data desta quinta-feira, 31 de outubro, de 1,3 mil milhões de euros, tendo-se valorizado mais de 31% no período de um ano.
O efeito KKR já se faz sentir nos cofres da Greenvolt, com o nome do fundo de investimento norte-americano a abrir as portas da alta finança europeia e asiática à empresa portuguesa, que se financiou recentemente em 400 milhões de euros para colocar em marcha o seu ambicioso plano de investimento que visa a construção de mais de nove gigawatts de grandes centrais de energias renováveis.
O novo financiamento “permite à empresa continuar a crescer. A KKR, além do seu conhecimento, traz sobretudo uma capacidade de acesso [aos mercados financeiros]”, disse ao JE o CEO da Greenvolt.
O KKR tinha 601 mil milhões de dólares (cerca de 553 mil milhões de euros) sob gestão no final do primeiro semestre deste ano. RSF