John Bercow é por esta altura um dos muito poucos britânicos que ganharam alguma coisa com a imensa trapalhada – umas poucas vezes risível, mas na maior parte das vezes trágica – em que, três anos depois do referendo, o Brexit se transformou. O ainda presidente da Câmara dos Comuns – até ao próximo dia 31 de outubro ou até às próximas eleições se ocorrerem antes dessa data – passou, de um momento para o outro, de personalidade eminentemente nacional a uma das figuras do aparelho de Estado do Reino Unido mais reconhecidas pelos 500 milhões de cidadãos ainda acantonados na União Europeia.