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Israel: ataque a Gaza pode estar iminente

A intensificação dos ataques a Gaza deixam antever que a investida terrestre previamente anunciada pode estar para breve. Entretanto, o Pentágono aumentou a sua prontidão em todo o Médio Oriente.

As forças de defesa de Israel (IDF) estão a intensificar os ataques à Faixa de Gaza a partir do exterior para prepararem a desde sempre anunciada entrada dos seus exércitos terrestres no encale – refere abundantemente a imprensa hebraica deste domingo. Ao mesmo tempo, o governo determinou a evacuação de mais 14 localidades israelitas próximas da fronteira com o Líbano – tentando assim não ter de se preocupar demasiado com outra frente de guerra enquanto prepara a investida em Gaza.

Uma das preocupações do exército israelita – segundo avançam vários comentadores – é o tipo de material de guerra que terão pela frente. Não está claro (pelo menos para os analistas, mas é possível que o exército tenha informação mais qualificada) que tipo de armas está na posse do Hamas, mas várias fontes indicam que terão capacidade para reter o avanço dos tanques de guerra e de outros veículos de combate terrestre.

Entretanto, várias fontes chamam a atenção para o facto de, num quadro em que a invasão terrestre da Faixa de Gaza ainda nem ter começado e a desproporção da resposta israelita ser já uma evidência. Um dos temas mais curiosos que se prendem com a guerra – para além do facto de todos estarem cientes do enorme volume de contra-informação mas mesmo assim todo os analistas usarem números como se fossem particularmente certos – é da classificação de determinado ato como ‘crime de guerra’. Ao mesmo tempo que o número de mortos cresce a cada minuto, os analistas detêm-se nesta matéria como sendo importante – em causa está ainda a atribuição das responsabilidades do ataque ao hospital palestiniano algures esta semana. Ataque de Israel? Falha de um engenho da Jihad Islâmica? Iniciativa do Hamas contra o seu próprio povo? Mais de 600 mortos – ou então ‘apenas’ 60, segundo as informações (?) mais recentes sobre a matéria.

Entretanto, o secretário-geral da ONU, António Guterres, esteve esta sexta-feira no terminal de Rafah, Egipto, onde mais de 200 camiões com ajuda humanitária esperavam poder entrar na Faixa de Gaza. Eram cerca de três mil toneladas de ajuda humanitária à espera de luz verde para atravessar a fronteira para a Faixa de Gaza, noticiavam as agências internacionais.

Do lado egípcio do terminal, o único acesso não-controlado por Israel ao enclave, o secretário-geral das Nações Unidas apelou, citado pela Euronews, aos governos e organizações no terreno a que garantam a chegada da ajuda humanitária aos palestinianos sitiados.

"Estes camiões não são apenas camiões, são uma tábua de salvação, são a diferença entre a vida e a morte para muitas pessoas em Gaza. E vê-los presos aqui faz-me ser muito claro: o que precisamos é de os fazer sair, fazê-los passar para o outro lado do muro. Fazê-los sair o mais depressa possível e o maior número possível", afirmou o líder da ONU. O corredor humanitário acabaria por abrir no sábado de manhã.

Muito longe de Israel, e com as tensões a aumentarem em todo o Médio Oriente, o Pentágono norte-americano aumentou a prontidão militar dos Estados Unidos na região em resposta ao que disse serem "escaladas recentes do Irão e das suas forças", segundo avança a imprensa do país. Washington "tomará as medidas apropriadas" contra qualquer tentativa de o regime de Teerão abrir uma nova frente de guerra.

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, ordenou a ativação dos sistemas de defesa aérea e notificou forças adicionais de que podem ser mobilizadas em breve. "Estas medidas reforçarão os esforços regionais de dissuasão, aumentarão a proteção das forças dos EUA na região e ajudarão na defesa de Israel", disse. "Continuarei a avaliar os nossos requisitos de postura de força na região e considerarei o envio de capacidades adicionais conforme o necessário".

"Se algum grupo ou qualquer país está à procura de ampliar este conflito e tirar proveito dessa situação muito infeliz, o nosso conselho é: não o faça", alertou Lloyd Austin – que disse estar em contacto permanente com o ministro israelita da Defesa, Yoav Gallant.