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Investimento vai prosseguir em rota inconstante até 2021

A incerteza no contexto global levou a uma travagem no crescimento do investimento este ano, mas 2019 deve trazer nova aceleração. As grandes obras deverão impulsionar o investimento público.

A evolução do investmento em Portugal vai continuar a ser inconstante. O ritmo de recuperação atingiu um pico em 2017, após o castigo da crise, mas este ano voltou a ser de travagem. Para os próximos anos, a previsão é de expansão, mas com uma nova aceleração a ser seguida imediatamente por um período de abrandamento.
Segundo as estimativas do Banco de Portugal (BdP), divulgadas esta semana, a variação da formação bruta de capital fixo (FBCF) terá desacelerado para 3,9%, em 2018, em termos homólogos, após um disparo de 9,2% em 2017.
Este ano, um abrandamento no setor da construção no primeiro trimestre e a incerteza no cenário internacional, que tem penalizado o comércio mundial, terá levado a uma contenção nas decisões de investimento das empresas. Já as travagens no segundo e no terceiro trimestre originaram de uma quebra nas vendas de cimento no mercado nacional e de importações de máquinas, apenas compensada por uma recuperação do material de transporte.
Opróximo ano deverá trazer uma aceleração para um crescimento de 6,6%, mas em 2020 a FBCFé vista pelo BdPa subir 5,9%, e 4,9% em 2021.
Obanco central liderado por Carlos Costa realça que, no conjunto do período da projeção, “a FBCF deverá manter uma elasticidade face ao PIB superior à média histórica, desacelerando de 6,6% em 2019 para 4,9% em 2021”.
O investimento empresarial tem sido o principal impulsionador da FBCF, com uma melhoria das condições de procura e de financiamento, ainda que menores do que na média europeia. Este fator deverá continuar a sustentar a dinâmica global do investimento e ultrapassar, até 2021, o nível registado no início da crise de 2008.
“Este segmento deverá beneficiar da realização de alguns projectos de infraestruturas de grande dimensão e, numa perspectiva mais abrangente, da continuação de perspectivas favoráveis em relação à procura, bem como da manutenção de condições favoráveis”, explica o BdP.
As restrições ao investimento causadas pelas condições financeiras têm vindo a reduzir-se, embora se mantenham superiores em Portugal face às restrições criadas pelo enquadramento regulatório e pela incerteza em geral, adianta.
Também o investimento em habitação deverá continuar a aumentar, ainda que com um crescimento inferior ao dos restantes sectores institucionais até 2021.

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