Tal como acontece em qualquer economia de mercado, os preços dos bens e serviços estão em permanente atualização. No entanto, se os preços de muitos bens ou serviços estiverem a aumentar no decurso de um período longo (doze meses, por exemplo), aí já podemos dizer que essa economia está a sofrer de inflação. Nesta situação, recorda a plataforma ComparaJá.pt, “o valor do dinheiro desce; ou seja: com um euro compra-se menos do que anteriormente, e o poder de compra diminui”. Em Portugal e no resto da zona Euro, a inflação esteve em máximos históricos. Em março de 2023, Portugal registou uma inflação de 5,3%, o valor mais elevado desde 1994. A nível europeu, a inflação foi a mais alta de sempre, cerca de 7,5%. Apesar de hoje já se encontrarem em tendência decrescente (apesar do ritmo lento com que descem) estes números continuam a preocupar consumidores e empresas e são um fator a ter em conta nas previsões económicas para este ano. E como é calculado? Todos os meses, os observadores do Eurostat recolhem os preços de aproximadamente 700 bens e serviços em Portugal. “Para cada produto, são analisados vários preços em diferentes estabelecimentos comerciais e regiões. Depois, é calculado o preço médio de todos estes produtos (o chamado “cabaz” médio) de acordo com o seu peso no orçamento familiar. Os preços dos produtos em que se gasta mais, tais como a eletricidade, têm mais peso do que os dos produtos em que se gasta menos, por exemplo, açúcar ou selos de correio”, explica a plataforma de comparação de preços ComparaJá.pt. Por fim, é determinada a variação dos preços face ao mesmo período do ano anterior. Por exemplo, os preços de março de 2023 são comparados com os de março de 2022, e a partir daqui obteve-se uma percentagem. Se a percentagem for positiva, ocorreu um aumento de preços, ou inflação. Se for negativa, estamos perante uma descida de preços, ou deflação. Em crise económica, os preços têm tendência para descer. O fenómeno acontece porque as famílias consomem menos, o que causa uma diminuição na procura e consequentemente uma redução dos preços. Em sentido contrário, se uma economia está em expansão, a tendência natural é que os preços aumentem. No entanto, existem muitos outros fatores que são determinantes para a atual inflação. A inflação pode ainda ser causada por uma forte procura dos consumidores. Para além de aumentar a pressão na procura, a pandemia também complicou a gestão das cadeias de produção, levando a que a inflação aumentasse tanto pela via da procura como da oferta.