Os mercados encerraram a última semana com perdas generalizadas, tanto nos Estados Unidos como na Europa, exceção feita ao índice da bolsa de Lisboa, que terminou com ligeiros ganhos. Destaque para as dificuldades sentidas pelo sector do imobiliário, a sofrer depois de a filial do grupo chinês Evergrande nos Estados Unidos ter efetivado um pedido de bancarrota.
O PSI terminou a sessão de sexta-feira, dia 18 de agosto, com ligeiros ganhos, na ordem de 0,07%, a beneficiar dos avanças registados nas cotadas do sector da energia. As valorizações mais acentuadas registaram-se nos títulos da EDP, na ordem de 1,35%, seguidos pelos da Galp, que avançaram 1,11% e EDP Renováveis, ao ganhar 1,04%.
Entre as maiores derrapagens, destaca-se a Jerónimo Martins, ao recuar 1,35%, assim como a Corticeira Amorim, que tombou 1,31%.
Entre os mercados europeus, o sentimento foi negativo, com as grandes praças a terminarem a sessão com negociações no 'vermelho'. Os principais índices de Alemanha e Reino Unido registaram os maiores deslizes, em 0,65% e 0,63%. Seguiram-se Itália, em 0,41%, França, nos 0,38%, e o índice agregado Euro Stoxx 5o, que recuou 0,34%. A perda mais leve foi do índice de Madrid, na ordem de 0,11%.
A Evergrande Property Services caiu mais de 9% no índice bolsista chinês em que está cotada, depois do pedido de falência realizado pela filial do grupo em Nova Iorque. Isto depois de a Country Garden, do mesmo sector, ter falhado um cupão de pagamentos, na semana passada, antes de a Zhongzhi ter seguido pelo mesmo caminho. As duas companhias geraram grande insegurança no sector da construção, resultando em grandes dúvidas para os investidores.
Neste contexto, também Wall Street terminou a semana em perda, o que fez desta a pior semana da bolsa de Nova Iorque em cinco meses. Com recuos mais ligeiros do que os observados na Europa, o índice tecnológico Nasdaq recuou 0,20%, ao passo que o empresarial S&P 500 resvalou 0,01%. O industrial Dow Jones foi protagonista da única subida entre os mais importantes índices, na ordem de 0,07%.
Os dados do Eurostat revelaram nova desaceleração da inflação em julho, que correspondeu às expetativas, pelo que os investidores não ganharam confiança. O Índice de Preços no Consumidor (IPC) cresceu 5,3% na zona euro e 6,1% na União Europeia (UE), de acordo com os dados divulgados pelo Eurostat. Os dados seguem a linha daquilo que era expectável, pelo que não se sentiu ânimo da parte dos investidores.
Esta segunda-feira, destaque para a divulgação de resultados da Zoom Video Communications relativos ao segundo trimestre do ano fiscal. Nota ainda para a divulgação, por parte do Banco de Portugal (BdP), de novos dados sobre a balança de pagamentos, nomeadamente as transações económicas ocorridas entre residentes e não residentes.