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Impacto do golfe na economia portuguesa subiu 57,4%, para 4,2 mil milhões entre 2019 e 2023

Estudo desenvolvido pela EY Parthenon para o Conselho Nacional da Indústria do Golfe e Confederação do Turismo de Portugal indica que a contribuição direta para o produto interno bruto foi 120 milhões de euros em 2023, com a maioria do valor gerado a pertencer à região do Algarve (100 milhões de euros).

O impacto direto e indireto do setor do golfe na economia portuguesa ascendeu a 4,2 mil milhões de euros em 2023, o que representou um aumento de 57,4% face a 2019.

Se olharmos para o Valor Acrescentado Bruto, no último ano a subida foi de 16,5%, para 603 milhões de euros. Estes são alguns dos números que fazem parte do estudo desenvolvido pela EY Parthenon para o Conselho Nacional da Indústria do Golfe (CNIG) e Confederação do Turismo de Portugal (CTP), no qual analisou a evolução do setor entre 2019 e 2023.

Para este impacto económico contribuíram de forma decisiva os segmentos do alojamento, da restauração e do comércio. Esta indústria contribuiu de forma direta com 120 milhões de euros para o Produto Interno Bruto (PIB) nacional em 2023, com a maioria do valor gerado a pertencer à região do Algarve (100 milhões de euros).

Naquele que foi um dos setores mais afetados pela pandemia da Covid-19 por via do turismo, as estimativas apontam para que o volume de negócios em 2023 seja superior a 40%, face ao registado em 2019.

Nuno Sepúlveda, presidente da direção do CNIG, refere que “a recuperação da prática do golfe é relevante para o próprio setor, mas também para o turismo e a economia portuguesa, uma vez que o seu valor económico não se esgota no rendimento e empregos gerados nos campos de golfe”, salientando que a estes impactos também acrescem os feitos no imobiliário e construção decorrentes dos investimentos em turismo residencial por parte dos visitantes.

De resto, e segundo os dados das contas integradas das empresas do Instituto Nacional de Estatística (INE), apenas as agências de viagens (-75%) e transportes aéreos (-59%) verificaram uma maior redução no volume de negócios do que o golfe (-54%), durante o período pandémico.

No último ano, as exportações diretas do setor alcançaram os 149 milhões de euros, tendo a indústria sido responsável pela criação de mais de 110 mil empregos, que corresponderam a mais de 2,2 mil milhões de euros em remunerações.

O volume médio de negócios por campo associado rondou os 2,2 milhões de euros com os green fees e taxas de driving range a terem um peso de 50% dos proveitos, enquanto os consumos intermédios por campo situaram-se, em média, nos 726 mil euros, a que se juntam 71 mil euros em investimentos nas infraestruturas.

A região do Algarve é aquela que capta um maior número de voltas de golfe (seja 9 ou 18 buracos), com um peso de 62% do total nacional, a maioria de praticantes estrangeiros, com os britânicos (cerca de 46% das voltas na região) a liderarem, seguindo-se os praticantes suecos (8%), os portugueses e os alemães (ambos com 7%) e, em quinto lugar os praticantes dos Países Baixos (3,5%).

Além disso, os dados apontam para que 15% dos praticantes residentes no Algarve usufruam de alojamento, com uma estadia média de sete noites e uma despesa média diária de 165 euros, enquanto os não residentes que precisam de alojamento ficam em média cerca de sete noites e gastam em média por dia cerca de 156 euros.

O número de voltas de golfe registou um crescimento de 5% face a 2022, com um total de 2,412.612 voltas a nível nacional, tendo verificado um aumento de 12% entre 2019 e 2023. O perfil dos visitantes voltou ao que tinha sido observado na pré-pandemia com uma predominância de golfistas estrangeiros (74%), com forte procura do mercado britânico (33%).

Destacaram-se ainda em 2023 os praticantes de golfe suecos (6%), alemães (6%) e franceses (4%), com os Estados Unidos (1,2%) a serem o único mercado não europeu a entrar no top-10 de voltas em Portugal, o que Nuno Sepúlveda considera ter “um enorme potencial, nomeadamente com a abertura das rotas diretas, da United Airlines, para Faro já no próximo ano”.

Com exceção do Algarve e da Região Autónoma da Madeira (35% praticantes da Dinamarca), os praticantes portugueses representaram o principal mercado emissor no resto do país, com especial impacto na Região Autónoma dos Açores (85%), no Norte (81%), na Área Metropolitana de Lisboa (64%) e no Alentejo (62%).