Em entrevista ao Jornal Económico (que sairá em versão alargada na edição de sexta-feira), Pedro Subtil, presidente para Portugal do Grupo Os Mosqueteiros, detalhou a estratégia da marca que detém o Intermarché até 2029. Os donos do Intermarché, do Bricomarché e da Roady vão investir forte em Portugal, com enfoque para o interior do país. “Vamos para onde, entre aspas, ‘ninguém vai’. Mas nós vamos”, salientou Pedro Subtil. Apesar de o sector da grande distribuição em Portugal ser um mercado cada vez “mais maduro”, há espaço para todos os players, sublinha.
Qual é o vosso plano de crescimento para Portugal? E assenta em que moldes?
Nós temos previsto – fizemos um business plan a cinco anos – um ritmo de crescimento de cerca de 15 lojas por ano, num horizonte de cinco anos. Estamos a falar do grupo no geral, com as três insígnias Intermarché, BricoMarché e Roady. Ou seja, no grupo Os Mosqueteiros, com as três insígnias, mantemos o nosso plano de investimento, em que estamos a falar de, em cinco anos, investir cerca de 100 milhões de euros. À volta de 17 a 20 milhões de euros por ano e abertura de 15 lojas por ano. Mantém-se a nossa estratégia.
De que tipo de lojas é que estamos a falar? Onde é que querem entrar?
No caso do Intermarché, estamos a falar de lojas, supermercados, com formatos entre os 1.000/1.500 metros quadrados e os 2.200 e os 2500 metros. Portanto, são unidades comerciais de pequena e média dimensão. Ainda agora abrimos em Faro duas lojas: um Intermarché e um Brico Marché. O nosso ADN é esse, aquilo que dentro do grupo chamamos ‘uma dimensão humana’. Portanto, o hipermercado não tem a ver connosco. São supermercados de pequena e média dimensão. A estratégia vai passar por aí. Enfim, focada – é evidente – em sítios onde nós não estamos.
Faro é um exemplo disso?
Faro é um exemplo, sim. Das 18 capitais de distrito, já só nos faltavam três. Faro era uma delas, mas agora já chegamos. E a nossa estratégia passa por aí, pelo preenchimento de zonas onde o potencial ainda existe e nós não estamos. Portanto, mantém-se aquilo que temos previsto a cinco anos: um investimento de 100 milhões de euros e, no geral, abrir 80 lojas das três insígnias e crescer, a cinco anos, o volume de negócios na ordem dos 40%.
Há mercado para todos os players que estão a entrar e a reforçar oferta: Mercadona, Lidl, Aldi, Pingo Doce, Continente, Auchan?
O mercado existe. O mercado existe e está dinâmico. Enfim, os players todos no mercado executam os seus planos e nós fazemos também o nosso caminho. O mercado existe e nós estamos presentes. Vamos continuar a abrir junto das populações. Inclusive em sítios mais no interior. Ainda há 15 dias fomos inaugurar uma loja, um supermercado Intermarché, de 1.100 metros quadrados, em Torre de Moncorvo. Ou seja, em zonas – vamos dizer assim – onde alegadamente não haverá tanta apetência para abrir, mas nós vamos continuar a ir junto das populações, mesmo que sejam mais do interior. É claro que, estrategicamente, todas as insígnias se implantam mais no litoral, nas grandes regiões de Lisboa, Porto, Faro, nas regiões mais urbanas. Mas o nosso ADN é estar também próximo das populações e também preencher zonas como no interior, onde “ninguém vai”, mas nós vamos. Portanto, o potencial existe. Continua a haver espaço. O mercado vai ganhando a sua maturidade, mas continua a haver espaço para os vários players.