Nenhum observador com a honestidade intelectual bem calibrada poderia exigir ao novo Governo AD uma resolução imediata de todos os problemas que assolam, há décadas, o Serviço Nacional de Saúde (SNS). Aos anos de emagrecimento forçado pela Troika, que veio socorrer um Portugal falido, sucederam-se oito anos de governação algo errática na Saúde – com medidas como o restabelecimento do horário de 35 horas para o sector – reorganizações geográficas, constituição de novas entidades, adiamento de acordos essenciais com classes profissionais como os médicos ou os enfermeiros. E sempre com um travo ideológico de fundo que deixava fora do prato – ou chegava mesmo a demonizar – o potencial contributo do sector privado, ao qual cada vez mais portugueses (capazes de o pagar) são forçados a recorrer.