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Google: três mil portugueses vão ter formação em tecnologia 'cloud' e 'machine learning'

O “Android Training Program” envolve cinco universidades e politécnicos, pretende formar 3.000 portugueses até final de 2019 e prepara novos conteúdos. A oferta da Google não termina aqui.

O programa de formação em tecnologia Android da Google vai incluir conteúdos de tecnologia cloud e machine learning, revela Helena Martins, responsável pela área de Políticas Públicas da Google Portugal, ao Jornal Económico. “Não vamos ficar por aqui. A nossa intenção é estender e reforçar este formato com outros conteúdos”, salienta.
O “Android Training Program” é um dos três programas de formação do gigante norte-americano integrado no projeto “Grow With Google” e o último a ser lançado em Portugal. Como meta tem a “formação de 3.000 programadores até ao final deste ano”, acrescenta Helena Martins.
Anunciado pelo primeiro-ministro António Costa, aquando da sua visita à sede da Google em Mountain View, na Califórnia, no final de 2018, destina-se a pessoas que nunca tiveram contacto com a linguagem Android e àquelas que, sabendo programar, não o sabem fazer nesta tecnologia. “Não há disciplinas de programação em Android, pelo que esta é uma ótima oportunidade para quem tendo as bases de programação quer especializar-se”, justifica.
O programa arrancou em março de 2019 e assenta num regime de parcerias com universidades e institutos politécnicos – Universidade de Lisboa e do Porto e Politécnicos de Setúbal, Leiria e do Cávado e Ave –, além da associação Beta-i, que funciona como braço operacional na sua implementação.
São três os cursos disponíveis, dos quais um de nível básico e os outros de nível intermédio: “Android Basics”, “Developing Android Apps” e “Build Native Mobile Apps with Flutter”. A duração é igual para todos: 60 horas. No final, os formandos receberão certificados de participação no programa entregues pela Beta-i.
O “Android Training Program” decorre em simultâneo com o Ateliê Digital, primeiro projeto de formação em competências digitais lançado pela Google, em 2017, e que em dois anos, segundo Helena Martins, formou cerca de 50 mil portugueses. “O facto de o programa ser gratuito atrai pessoas com backgrounds muito diferentes, embora a maioria sejam estudantes”, adianta.
O Ateliê Digital também é realizado em parceria com universidades e politécnicos, num total de cinco instituições de ensino superior portuguesas: todas as envolvidas no Android Training Programa com exceção do IPCA, que neste projeto cede o lugar ao Politécnico de Aveiro.
O terceiro programa de formação no âmbito do “Grow With Google” é o “Gen10s”, de ensino de código aos mais novos. O programa resulta de uma parceria com a organização não governamental espanhola Ayuda en Acción, Instituto Politécnico de Setúbal e SIC Esperança e dá as primeiras luzes de computação a crianças do ensino básico. As crianças têm aulas de scratch, uma tecnologia criada pelo MIT em 2007 que funciona em open source, através da qual aprendem a programar de uma forma simples e a promover o contacto com a tecnologia. No final do ano apresentam trabalhos.
A iniciativa está particularmente apostada em atingir áreas de exclusão social e em contribuir para a diminuição do gap entre géneros na área da programação. “O programa encaixa na necessidade de preparar as crianças e os jovens para o futuro e tem um grande foco na atração de raparigas para a tecnologia”, destaca Helena Martins, que assinala um crescimento desta última vertente da primeira para a segunda edição do programa.
No arranque, em 2018, o “Gen10s” capacitou para cima de 5.000 crianças do segundo ciclo do Ensino Básico (5.º e 6.º anos), envolveu 500 professores e 61 escolas portuguesas. A segunda edição arrancou no início de 2019 e a meta é formar 6.000 alunos.
Os três programas são gratuitos e complementares, uma vez que atingem todas as faixas etárias. Objetivo último? “Dotar as pessoas das ferramentas necessárias para aproveitarem as oportunidades da digitalização da economia”, diz Helena Martins.

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