Pelo menos nove palestinianos foram mortos num ataque israelita na Cidade de Gaza, disseram fontes médicas à rede noticiosa Al Jazeera, apesar do cessar-fogo acordado entre o Hamas e Israel. Fontes do Hospital Árabe al-Ahli disseram que soldados israelitas atiraram a matar no bairro de Shujayea. O exército israelita disse que abriu fogo para remover uma ameaça representada por pessoas que se aproximaram das suas forças no norte de Gaza. Os soldados terão assim atirado contra "suspeitos" que estavam "a cruzar a linha amarela" – a divisão para a qual os militares israelitas recuaram depois do acordo de cessar-fogo que entrou em vigor na sexta-feira; a aproximação dos palestinianos a essa linha divisória está interdita e aparentemente o exército tem ordem para atirar a matar sobre quem violar o previsto.
Para além da troca dos reféns israelitas por cerca de dois mil palestinianos mantidos em prisões do Estado hebraico, a primeira fase do acordo contempla uma retirada gradual das tropas israelitas. O primeiro passo é realocar os soldados da linha de frente para a chamada linha amarela de redistribuição. De acordo com um mapa aproximado tornado público, a linha amarela deixa cerca de 58% de Gaza sob controlo israelita. O governo israelita não se comprometeu a retirar totalmente as suas forças, e o documento da Casa Branca afirma que Israel pode manter presença numa zona-tampão até que não haja qualquer "ameaça terrorista".
Outras questões muito delicadas que ainda não foram abordadas podem colocar em risco o cessar-fogo – incluindo o desarmamento do Hamas, que é uma linha vermelha para Israel com a qual o grupo palestiniano não se comprometeu totalmente. Pior ainda, e segundo a Al Jazzera, as tensões entre o Hamas e outros grupos armados palestinianos em Gaza – alguns apoiados por Israel – estão a aumentar. No passado domingo, o Ministério do Interior do enclave disse que pelo menos 27 pessoas, incluindo oito membros do Hamas, foram mortas em confrontos entre um clã armado e as forças de segurança do Hamas. Confrontos semelhantes aconteceram esta terça-feira.
