A Galp prevê um disparo na produção de petróleo e gás em 40 mil barris diários a partir de 2026. Desta forma, a petrolífera prevê produzir um total de 155 mil barris diários a partir desse ano.
A meta foi revelada na segunda-feira por Maria João Carioca, administradora financeira da energética, revelando que o maior contributo virá da área de Bacalhau no Brasil.
"O Brasil é uma máquina impressionante de fazer dinheiro" e um "palco para o crescimento futuro", começou por dizer Maria João Carioca.
"Temos feito um bom progresso neste mercado. Bacalhau está a avançar bem, esperamos o first oil em meados de 2025", afirmou em referência ao arranque da exploração comercial deste poço.
Depois deste furo atingir o plateau em 2026 (estabilização da produção após fase inicial de arranque), a empresa espera passar a produzir 40 mil barris diários extra, que se vão juntar aos 115 mil barris, num total de 155 mil barris diários.
Recorde-se que foi em 2017 que a Galp atingiu a meta de produção de 100 mil barris diários, com o contributo dos projetos Lula e Iracema, também no pré-sal brasileiro.
A gestora também destacou que a empresa está atenta a mais oportunidades em outras geografias, como em Moçambique, na Área 4, onde a plataforma flutuante Coral Sul - de extração e liquidifidicação de gás natural (GNL) - já atingiu o plateau. Nesta área, está a ser avaliada a criação de uma segunda plataforma flutuante de GNL. Ao mesmo tempo, o consórcio onde a Galp está inserida espera tomar uma decisão final de investimento (FID) em 2025 sobre o projeto onshore de Rovuma.
Na Namíbia, a companhia espera por novidades no final de março sobre o potencial comercial dos dois poços de avaliação perfurados até agora, esperando avançar com mais poços de avaliação nos próximos tempos.
Em São Tomé e Príncipe, a companhia está a avaliar novas opções de exploração para depois de 2024.
Galp arranca com programa de recompra de ações nos próximos dias
A Galp vai arrancar com o programa de recompra de ações nos próximos dias, revelou na segunda-feira a CFO da companhia, Maria João Carioca.
Para este ano, a petrolífera prevê gastar 350 milhões de euros neste programa, abaixo dos 500 milhões registados no ano passado.
“Vamos começar um programa de recompra de ações de 350 milhões nos próximos dias”, afirmou a responsável, destacando que o dividendo a pagar este ano (relativo ao exercício de 2023) vai subir para os 54 cêntimos por ação.
Para 2024, a previsão é que o EBITDA atinja os 3,6 mil milhões de euros para os 3,1 mil milhões de euros, com um cash flow de dois mil milhões de euros que servirá para cobrir capex, dividendos e programas de recompra de ações, mantendo a “folha de balanço sob controlo”.
Os lucros da Galp (ajustados de efeitos não recorrentes e do impacto dos custos de substituição de stocks) subiram 14% para os mil milhões de euros em 2023 face a período homólogo, com a companhia a registar o seu maior resultado líquido de sempre.
Este é o segundo ano consecutivo de lucros históricos, depois de em 2022 ter atingido 881 milhões de euros (+93% face ao resultado anterior).
Mesmo assim o EBITDA da companhia recuou 8% para os 3.558 milhões de euros, penalizado pela operação no ‘upstream’ que recuou 27% para os 2.263 milhões de euros.