O futuro da hotelaria passa pela utilização de tecnologia, por sistemas de recolha e tratamento de dados que permitam tornar as operações mais eficientes e sustentáveis, mas também para melhorar a experiência dos clientes. Para os participantes na conferência sobre “Turismo Sustentável, Hotelaria e Mobilidade”, promovida pelo Jornal Económico e pela Schneider Electric Portugal, a adoção da tecnologia é o grande desafio que se coloca ao sector. A pandemia de Covid-19 acelerou processos, desde logo para responder às necessidades de segurança, mas ainda há caminho a fazer.
“A tecnologia teve, tem e vai ter cada vez mais um papel fundamental naquilo que será o futuro e a sustentabilidade da hotelaria”, afirma Ricardo Campos, diretor de Operações do Grupo Visabeira. Esta tendência é inescapável, por causa da eficiência, mas também por causa dos objetivos relacionados com a sustentabilidade das operações.
“[A sustentabilidade] é uma preocupação que já vinha mais de trás. Portanto, todo o mercado, até por uma questão de economia, já vinha alterando os seus hábitos e tentando melhorar o mais possível o seu parque e os seus equipamentos, no sentido de tirar maior rendimento de todos esses meios com um custo mais baixo e uma penalização mais baixa para o ambiente também. A própria procura dos clientes também já tem isto em consideração”, diz João Carlos Silva, diretor de Manutenção da Vip Hotels. “Há, de facto, uma maior preocupação com o dotar de alguma inteligência as instalações. Esta preocupação é também imposta pela nova regulamentação”, sublinha João Catarino, do Vila Galé Hotéis.
A pandemia de Covid-19 resultou numa aceleração generalizada de processos, no sentido da digitalização. “Tivemos que nos reinventar, reinventar sistemas e operações e preparar os nossos edifícios para este desafio”, diz Ricardo Campos. Pedro Serra, diretor de Operações de Hotelaria do The Editory Collection Hotels, aponta que a crise pandémica também foi uma oportunidade de atualização.
“Aproveitámos o ano passado para fazer a análise de alguns dos nossos hotéis e perceber de que forma podíamos ser mais eficientes”, disse, indicando que o processo de adaptação foi suportado, em muito, pela tecnologia, nomeadamente no relacionamento com o cliente. “Os clientes estão mais dispostos a trabalhar com o processo digital, estão mais disponíveis, por exemplo, para tudo o que é pré check-in, passar menos na receção, estar menos em contato com as pessoas”, explica.