O tema do acesso à profissão e da proletarização dos jovens advogados tem sido um tema bastante explorado nas eleições para bastonário. Que balanço faz do seu mandato?
Melhorámos na formação dos estagiários, mas ainda estamos longe daquilo que penso. Acho que ficou muito por fazer. Temos de desburocratizar completamente o estágio, dar-lhe uma componente mais forte relacionada com o próprio patrono e repensar aquilo que damos em termos de formação, que deve ser acima de tudo profissionalizante e não outra matéria que foi ou deveria ter sido dada nas faculdades. Há que repensar o modelo. Fizemos uma reunião com as congéneres europeias sobre o acesso à profissão. Estamos a trazer mais elementos para a argumentação para depois podermos definir, mais habilitados, uma solução melhor. Tínhamos cerca de cinco mil estagiários com a inscrição suspensa por várias razões. Anteriormente, quando um estagiário retomava o estágio, depois de um pedido de suspensão, integrava o curso que tinha à data da referida suspensão. A Ordem não tinha capacidade para manter esse sistema, pelo que alterou o regulamento. Alterámos também o número de intervenções dos estagiários. A Ordem tinha e ainda tem uma componente burocrática muito grande, que é preciso ir alterando.