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Finanças climáticas falham investimento de vários biliões todos os anos

Finanças sustentáveis a A gestora Lília Caiado Couto explica ao JE a complexidade de atingir as metas deste investimento. “Nunca se chega perto do objetivo mínimo”, sublinha a especialista.

A concretização dos investimentos necessários para que seja possível uma efetiva transição para uma economia neutra em carbono constitui o papel mais crítico das finanças climáticas. Esta foi uma das principais ideias deixadas por Lília Caiado Couto, gestora de programa em desenvolvimento e finanças climáticas na Open Society Foundations, em entrevista ao podcast “Descomplicar as Finanças Sustentáveis”. Neste primeiro episódio da segunda temporada explorámos a importância das finanças sustentáveis para o efetivo combate às alterações climáticas. Este podcast é o resultado da parceria entre o JE, o Centro de Finanças Sustentáveis do ISEG e a Embaixada do Reino Unido em Lisboa. Este podcast tem como objetivo destacar o papel do setor financeiro no combate as alterações climáticas através de conversas com interlocutores com reconhecido trabalho na área das finanças sustentáveis. E o que são as finanças climáticas? “As finanças climáticas fazem com que seja possível angariar todo esse montante adicional de investimento: são investimentos em infraestruturas de baixo carbono, substituição tecnológica em setores chave como a produção de energia elétrica mas também o transporte, agricultura, indústrias transformadoras, entre outros”, explica a especialista nesta edição. Lília Couto adianta ainda que “é necessário também que sejam financiadas as medidas de adaptação às mudanças climáticas e por isso, existe a necessidade de angariar triliões por ano de investimento na redução de emissões mas também de adaptação porque as mudanças climáticas já existem e já estamos a viver esses impactos”. E dá exemplos “como é o caso das queimadas secas como aconteceu em Portugal nos últimos anos mas também enchentes, temperaturas extremas como temos visto todo o verão no Paquistão, na Índia e recentemente no Brasil com sensações térmicas a chegarem aos 60 graus”. No entender desta especialista, esse investimento tem que ser feito de forma mais célere “porque o planeta não está a conseguir reduzir as emissões no ritmo necessário” mas também que existir uma justiça na forma como esse dinheiro é utilizado “para que não sejam deixados de lado os nossos objetivos enquanto sociedade”. Considera Lília Couto que é imperativo “financiar políticas sociais, educacionais” que estejam alinhadas com a transição climática de forma a não deixar ninguém para trás. As estimativas da necessidade de financiamento dessas políticas são de vários biliões por ano mas esta gestora reconhece que nunca se chega sequer perto desse objetivo mínimo”.

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