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Fileira do vinho quer promoção permanente da produção nacional

A fileira junta-se a outros setores que exigem uma estratégia estruturada e principalmente permanente da promoção do ‘produzido em Portugal’ que não se fique pela conjuntura.

A fileira do vinho quer que o Orçamento do Estado dê um sinal claro de que há uma estratégia estruturada para a promoção de Portugal como uma origem de produção de excelência e de resposta a um quadro de crise internacional do comércio, provocada pela imposição de tarifas patrocinada pelos Estados Unidos. A exigência é transversal à fileira, mas não só: outros setores, como por exemplo o têxtil, apostam na mesma estratégia que, como disse ao JE o presidente da ANCEVE (Associação Nacional dos Comerciantes e Exportadores de Vinhos e Bebidas Espirituosas), Paulo Amorim, é essencial para ultrapassar os desafios conjunturais.

O problema é que, como já está claro, a questão das tarifas norte-americanas tende a ser estrutural e não apenas conjuntural – pelo que a resposta portuguesa tem precisamente que ser também estrutural. “O apoio à internacionalização, de uma forma concreta e bem conseguida – e que vá para além da indústria – é essencial”, disse. E o Orçamento do Estado é o lugar certo para dar esse sinal de apoio às empresas nacionais.

Com o impacto das tarifas a marcar as exportações do vinho nacional – que tem nos Estados Unidos o seu principal mercado – o apoio à internacionalização afigura-se como a resposta estruturada que é preciso para manter o fluxo. Tanto mais que alguns concorrentes diretos, como a Itália, já estão a seguir esse caminho.

Acresce a este, o facto de a produção nacional de vinhos estar a passar por uma fase “muito complicada”, com as existências em stock a subirem para níveis preocupantes, o que fez como que vários produtores tenham deixado as uvas ao abandono e não tenham procedido à vindima.

Do seu lado, a Associação de Vinhos e Espirituosas de Portugal (Acibev) pretende que a isenção fiscal aplicada ao vinho se mantenha na proposta de Orçamento para, à semelhança do que tem sucedido em anos anteriores – a venda de vinho paga uma taxa de IVA de 13%. Em declarações à agência Lusa, a diretora executiva da Acibev, Ana Isabel Alves, defendeu que, no caso das bebidas espirituosas, como as aguardentes, vinho do Porto, vinho Madeira e vinho moscatel, as atuais taxas de imposto também não devem ser agravadas em 2026. A diretora executiva da Acibev defendeu ainda a redução da carga fiscal sobre todas as empresas, incluindo as do setor das bebidas, ao nível do IRC e das derramas municipais e estaduais.