A sede da EY, em Lisboa, foi palco para o lançamento de uma nova aposta estratégica dedicada ao Managed Services, que agrega multi competências das diversas Services Lines para ajudar no desenvolvimento das empresas. Uma abordagem diferenciada e distinta de um simples outsorcing, e baseada na criação de valor com três pilares: processos e tecnologias; data e pessoas (talento), maximizando a eficiência para as organizações. "A EY assume as operações das organizações com todas as componentes e criando valor para as mesmas", diz Rosália Amorim, diretora de Brand, Marketing & Communication EY Portugal, Angola, Moçambique e Cabo Verde.
Nesse sentido, Rui Henriques e Carla Silva Baltazar, partners responsáveis pela área de Managed Services da EY, explicaram como uma abordagem integrada pode trazer um compromisso de melhoria, eficiência e agilidade para que as organizações sintam que vão melhorar e servir melhor os seus stakeholders. "É uma grande aposta a nível global e a EY tem vindo a trabalhar no mercado e a apoiar as organizações. Há uma necessidade por parte deles de endereçar novos desafios, como a redução de custos ou a maior pressão para tentar executar processos. Tudo isto constitui desafios a organizações sujeitas a competitividade, instabilidade (tendo em conta o atual contexto geopolítico) e a necessidade de soluções tecnológicas para tornar os processos mais eficientes", dizem os especialistas, referindo ainda que Portugal tem-se vindo a assumir como uma localização favorável para multinacionais e que os serviços partilhados são uma das soluções que podem ajudar as organizações a ter sucesso.
Para detalhar mais esta nova aposta da EY, Rui Henriques e Carla Silva Baltazar recorreram a uma imagem da família real espanhola, criada pelo pintor espanhol Diego Velázquez, pelo dinamismo e profundidade da obra. "Managed Services é também olhar para o processo e ver cada uma das partes, levando o olhar crítico e inovador, mas mantendo a identidade de cada cliente", sublinham. Os especialistas acrescentam também que tal como um artista precisa de ter uma visão holística, também uma organização necessita de saber como os vários processos vão encaixar e comunicar entre si. "No mundo EY usamos metodologias que desenvolvemos, arquiteturas de abordagem para endereçar os desafios e o objetivo é ter uma perspetiva estratégica, abordando o processo, transformando-o, tornando-o mais ágil e eficiente. Isto é, trazer a competência para dentro da própria organização. Sempre de uma forma transparente. Além da tecnologia que faz acontecer o processo, há uma outra tecnologia que o vai otimizar, garantindo a eficiência e que os tempos de entrega estão acordados. A organização não perde o controlo sobre tudo o que está a acontecer em tempo real", afirmam os especialistas.
Mais do que estar presente de forma pontual, o objetivo é criar uma presença intrínseca nas organizações, capaz de oferecer flexibilidade e acelerar respostas face aos desafios que surgem em diferentes cenários. "Queremos estar numa forma intrínseca nas organizações. Abordar a nossa experiência a nível global. Essa flexibilidade permite a organização ter um acelerador para ir ao encontro dos diversos desafios", explicam Rui Henriques e Carla Silva Baltazar.
A evolução tecnológica está no centro da capacidade de adaptação das empresas modernas. Para além das plataformas que sustentam operações, é essencial adotar uma postura de reinvenção contínua, integrando processos, dados e inteligência preditiva para antecipar tendências e servir melhor o cliente. "Se pensar ao nível de tecnologia que suporta as operações, as próprias plataformas têm de evoluir e adaptar. É muito importante ter este compromisso de reinvenção e o que podemos fazer de mais e melhor para o cliente. Quando falamos em Managed Services pensamos em toda a componente de tecnologia, mas também na componente processual, acompanhar toda a componente de dados e usar a análise preditiva para olhar para o futuro", concluem os especialistas da EY.
Serviços partilhados na era da GenAI
Este evento contou ainda com uma mesa-redonda que debateu o impacto da GenAI na forma como as organizações gerem operações tecnológicas, processos e dados. Para Filipe Lucas, Global Head of Digital Services and Partner Management da EDP, a companhia é apologista deste modelo de serviço que usa há cerca de 20 anos. "É na tecnologia de sistemas de informação que o modelo de Managed Services mais vezes acontece", diz.
O gestor explicou que a empresa montou uma equipa com talento e competência para gerir o fluxo de tecnologias de informação. "Reorganizámos o nosso mapa contratual e somos 500 pessoas em IT. Temos de confiar nos nossos parceiros e na inovação deles. O cliente tem de ter abertura suficiente para o que o parceiro vai trazer. Se quero tirar partido das melhores práticas também tenho de ceder alguma coisa, desde que nunca perca a capacidade de retorno", explica.
Sobre a IA, Filipe Lucas disse que o grupo EDP tem feito vários investimentos em business cases concretos e mensuráveis. "Sendo uma empresa do setor energético, saber antes dos outros quando vai chover ou fazer sol é algo fundamental. Tal como garantir que fazemos uma manutenção preventiva e adequada", sublinha. O especialista realçou ainda o diálogo com clientes e a qualificação dos colaboradores para que a IA transforme e aporte mais valor a uma utility de energia.
Já Isabel Duarte, GBS Head of Finance Service Line Solvay and Board Member ABSL – Portugal Business Service Association, explicou que uma organização de serviços partilhados "tem de assentar como uma luva, deve conseguir aportar valor e ajudar a empresa a andar para a frente". Assim, os parceiros ajudam a ter o melhor produto final. "A IA é uma ferramenta que temos de usar. Precisamos de controlar o erro e ser mais eficientes. Mas o elemento diferenciador são as pessoas certas, desenvolvê-las e fazê-las crescer".
Para André Prazeres Henriques, Chief Compliance Officer Banco BPI, o compliance tem que ter um "parceiro de confiança nesta matéria". "Eu tenho um volume de trabalho altamente incerto", diz o especialistas, referindo o caso das fraudes, o tema das externalidades e a imediatez. "Deve ser um parceiro que faça parte da equipa e me traga essa componente de ver o que está a correr mal e dar-me dicas de melhoria de processos", acrescentou.
Em relação à parte tecnológica, sublinhou o trabalho na capacitação, upskilling de colaboradores na banca e a fundação do centro de excelência de IA. "O banco para além das questões de compliance está a apostar no conhecimento do cliente", concluiu.