O excesso de regulação no setor dos seguros pode ser um entrave para esta área de negócio. Por outro lado, a supervisão e regulação tem aspetos muito positivos porque, enquanto clientes, todos querem sentir-se protegidos. Estas foram algumas das ideias defendidas nesta conferência do JE.
Para Gonçalo Castro Pereira, a regulação “não é um entrave mas o excesso de regulação é”. “Com isso sentimos mais dificuldade, porque muitas vezes exige alterações informáticas de fundo. Tudo o que vem do regulador é prioritário, até porque o papel do regulador é muito mais interventivo, algo com que estou de acordo”.
O excesso também preocupa Carla Castro, economista e diretora de E-commerce, Verticais e Parcerias da Unicre: “A supervisão e a regulação têm aspetos muito positivos até porque enquanto clientes também queremos estar protegidos. Quanto ao eventual excesso e o que isso influencia em termos de negócio, podem existir dificuldades acrescidas”, admitiu.
No setor dos pagamentos, por exemplo, destaca a antiga deputada que “estamos habituados a pagar com meios digitais e, nos seguros, continua a ser por débito bancário. Já estamos noutro patamar, quero receber um link para fazer um pagamento digital e não uma referência para pagamento. Nos seguros e pagamentos há muito para fazer em termos de inovação”.
Miriam Nicolau da Costa, presidente da Associação Forum Insurtech Fintech Portugal, também enfatizou que a União Europeia “é apontada como a região do globo com mais regulação” e que há uma realidade em que em muitos países “teremos diferentes literacias e velocidades financeiras distintas”. E deu um exemplo: “Diz-se que é também por isso que o Reino Unido saiu da Europa. Muitos players dos EUA posicionam-se no Reino Unido para não estarem sujeitos a tanta regulação”.
Excesso de regulação pode ser entrave para os seguros
O papel interventivo do regulador é visto com bons olhos, mas o excesso pode colocar entraves. Quanto à literacia do risco, o setor financeiro “tem grandes responsabilidades”.
