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Europa tem mais de 100 mil milhões de investimento programado para fabricar 'chips'

Thierry Breton, Comissário Europeu para o Mercado Interno, mostrou-se otimista quanto à "conquista" de autonomia em relação à Ásia e aos Estados Unidos no sector dos semicondutores pelo bloco europeu, que tem mira apontada aos 20% da quota do mercado de semicondutores até 2030, face aos atuais 9%.

A Europa já soma mais de 100 mil milhões de euros em investimentos programados para o fabrico de semicondutores um número que deixa transparecer a estratégia robusta de redução da dependência da União Europeia destes componentes face ao exterior.

Estes valores foram dados a conhecer pelo Comissário Europeu para o Mercado Interno, Thierry Breton, em entrevista à "RTL", que se mostrou otimista quanto à recuperação da autonomia no sector dos semicondutores pelo bloco europeu, que tem mira apontada aos 20% da quota do mercado de semicondutores até 2030, face aos atuais 9%.

"Mantemos o nosso objetivo e podemos mesmo atingi-lo antecipadamente. (...) Já há mais de 100 mil milhões de euros de investimentos programados na UE para a produção de 'chips'", fez saber o também empresário francês, aludindo ao mecanismo de resposta à escassez de 'chips' aprovado recentemente pelos Estados-membros.

A lei europeia dos 'chips', aprovada pelo Conselho da UE em julho, prevê 43 mil milhões de euros de ajudas públicas para estimular o sector dos semicondutores no espaço comunitário.

O investimento mais recente foi confirmado no início de agosto, quando a taiwanesa TSMC, a maior fabricante de 'chips' do mundo, anunciou que vai gastar 3,5 mil milhões de euros na construção de uma fábrica de semicondutores em Dresden, na Alemanha, com um subsídio de 5 mil milhões do governo alemão.

Trata-se de uma ‘joint-venture’ entre a TSMC, a Bosch, a Infineon e a NXP Semiconductors, num investimento que deverá ascender a 10 mil milhões de euros, em que a primeira assegura 70% do empreendimento e a gestão da fábrica, com os restantes 30% a serem repartidos em iguais fatias pela tríade de tecnológicas.

Até ao momento, a norte-americana Intel é a empresa que garante o investimento mais elevado no âmbito da nova lei. A multinacional sediada na Califórnia vai canalizar 33 mil milhões de euros para a construção de duas fábricas na Alemanha, em Magdeburg, tendo o governo de Olaf Scholz acordado também subsídios de 10 mil milhões de euros; trata-se do maior investimento estrangeiro da história da Alemanha.

A Intel vai também investir 4,6 mil milhões de dólares (4,2 mil milhões de euros) numa outra fábrica na Polónia, e, ainda, 12 mil milhões na expansão da sua linha de produção na Irlanda.

A par destes projetos, importa recordar o investimento conjunto da STMicroelectronics e da GlobalFoundries numa fábrica em Crolles, França, com um investimento de 7,5 mil milhões, e que deverá estar concluída em 2026.