A apenas um dia das eleições presidenciais e para uma parte do congresso (Senado e Câmara dos Representantes), aquela que mais impacto tem na opinião pública (quem vai ocupar a Casa Branca) continua envolta em todas as dúvidas: nenhuma sondagem é conclusiva sobre quem vencerá. As alterações contam-se por décimas e todas elas estão dentro das margens de erro – o que quer dizer que não há conclusões definitivas a retirar.
Tanto a democrata Kamala Harris como o republicano Donald Trump concentraram a sua atividade de campanha nos chamados ‘swing states’, aqueles que decidem quem ganha e quem perde, como se o resto do país já não valesse a pena. Neste particular, as coisas estão a correr mal para Kamala Harris. Nos últimos dias, todos os sete principais Estados estão ‘pintados’ de vermelho, a cor de Donald Trump. Mais uma vez, as diferenças contam-se por décimas, mas a verdade é que Trump só há pouco tempo é que conseguiu superiorizar-se a Harris e todos eles: 1,5 pontos percentuais no Arizona, 2,2 pontos na Geórgia, 0,6 pontos na Pensilvânia, 0,7 pontos no Nevada, 0,8 pontos na Carolina do Norte, 0,2 pontos no Michigan e 0,2 pontos no Wisconsin. Antecipar a vitória de Trump é com certeza um exercício que carece de fundamento, mas o certo é que o candidato republicano não deixará de estar satisfeito com os números.
Mas esta é apenas uma das sondagens (no caso, a Statista) que está cima da mesa. Mas há outras, para outros gostos. Um exemplo: o estudo da responsabilidade do “New York Times”/Siena College adianta que a vice-presidente Kamala Harris está na liderança (marginal) no Nevada, Carolina do Norte e Wisconsin e o ex-presidente Trump segue à frente no Arizona, enquanto que no Michigan, Geórgia e Pensilvânia, o empate é total. Em todos os sete Estados, os confrontos estão dentro da margem de erro de 3,5%.
Entretanto, no terreno, os discursos de ambos continuam no mesmo registo que se verificava nas últimas semanas: as intenções políticas de Harris e Trump praticamente desapareceram dos discursos dos comícios, para darem lugar a ataques pessoais dirigidos ao adversário num cenário mais ou menos circense, colorido, barulhento e preparado ao mais ínfimo pormenor.
As eleições para o Senado dos Estados Unidos incidirão sobre 34 dos 100 lugares, com os novos membros (ou os repetentes) a ocuparem os seus lugares 3 de janeiro de 2025 a 3 de janeiro de 2031. Os senadores são divididos em três grupos e de dois em duas anos há um grupo que é alvo de eleições – isto é, cada senador tem um mandato de seis anos. O grupo que vai a votos a 5 de novembro foi eleito em 2018. Segundo os especialistas, estes 34 lugares são desfavoráveis aos democratas, que defenderão 23 das 34 cadeiras.
Os 435 lugares da Câmara dos Representantes também serão alvo de eleições no mesmo dia. Neste momento, os lugares são ocupados 220 republicanos e 213 democratas, havendo ainda dois lugares não ocupados. Também no caso desta câmara baixa do congresso, os dois partidos seguem muito próximos um do outro, mudando de posição constantemente desde a primavera passada. Os números mais recentes (da Fivethirtyeigth) indicam que os democratas seguem à frente, com 46,3% das intensões de voto, contra os 45,7% dos republicanos. Mas, segundo o mesmo estudo, são os republicanos que estão num movimento de aproximação aos seus adversários: a diferença chegou a ser de 2,6 pontos percentuais no início de setembro, para ser agora de apenas 0,5 pontos. Refira-se ainda que a última vez que a sondagem foi liderada pelos republicanos foi a 30 de julho (por 0,6 pontos).
Recorde-se que a votação antecipada para as presidenciais já começou há várias semanas e que os últimos números conhecidos diziam que cerca de 72 milhões de votantes já exerceu o seu direito. No total, o número de eleitores é de cerca de 160 milhões.
A votação antecipada começou em 20 de setembro nos Estados de Minnesota, Dakota do Sul e Virgínia. Estados decisivos, como Michigan, Nevada e Arizona, abriram as suas secções ao longo de outubro. Joe Biden, por exemplo, votou a 28 de setembro. Recorde-se que Donald Trump critica a votação antecipada, que considera “uma coisa estúpida", Mas reconhece a sua importância estratégica.