Um trio, aparentemente, improvável juntou-se para levar tecnologia à gestão das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS). A sociedade de advogados KGSA, uma boutique que se tem dedicado à economia social, aliou-se à Fundação Unitate e ao venture studio Laika Ventures, para lançar o primeiro chatbot só com respostas a perguntas que estas entidades têm no quotidiano, nomeadamente requisitos da Segurança Social para estabelecimentos de apoio.
À base de Inteligência Artificial (IA), esta ferramenta está disponível gratuitamente através de WhatsApp e responde consoante a informação que obteve do livro “Guia das Exigências em Estabelecimentos de Apoio Social e IPSS”, da autoria do advogado Gonçalo Simões de Almeida, sócio da KGSA.
“Temos exemplos de importantes avanços na saúde acelerados pela IA, mas faltava-nos um exemplo na solidariedade. Agora estas instituições podem perder menos tempo a tentar perceber quantos metros quadrados tem de ter a sua receção e mais tempo a concretizar sonhos. E fica o exemplo deste caminho que é sempre o melhor para tudo o que criamos: a solidariedade”, afirmou o autor da obra, Gonçalo Simões de Almeida, em declarações enviadas ao Jornal Económico.
Nesta fase inicial, o serviço tem respostas para as seguintes entidades: Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão; Centro de Atividades de Tempos Livres; Centro de Dia; Centro de Atendimento; Acompanhamento e Reabilitação Social para Pessoas com Deficiência ou Incapacidade; Creche; Estrutura Residencial para Pessoas Idosas; Lar Residencial; Residência Autónoma para Idosos; e Serviço de Apoio Domiciliário.
Na opinião do fundador e CEO da Laika Ventures, “a inovação tecnológica é fundamental para resolver desafios práticos” e este projeto permite “criar um impacto real no setor social e com isso a mostrar que a IA não significa alterar o que fazemos”. “Significa fazer melhor e, neste caso, com mais humanidade”, afirmou Ricardo Macedo. Já Tiago Abalroado, presidente da Fundação Unitate, considera que este chatbot faz com as IPSS se possa concentrar no que realmente importa, os seres humanos.
A advogada Claudia Raposo Correia, sócia da KGSA, defende que não só as IPSS, mas todas as empresas devem estar atentas ao pacote regulatório que deriva da Estratégia Digital e da Estratégia para a cibersegurança da União Europeia, que está em publicação desde 2022. “Além destes, devem ter conhecimento do Digital Services Act (DSA), o Digital Markets Act (DMA) e o Data Governance Act (DGA). : Uma parte significativa não está preparada e, mais grave ainda, desconhece quase por completo as implicações deste quadro legislativo”, adverte.