No final de uma pandemia que devastou a Itália – e transformou o país no segundo pior caso mundial em termos de mortes atribuídas à Covid-19 – o pior que poderia sucedeu como colateral seria uma crise política que resultasse em novas eleições. Portanto, o mais provável, estamos a falar de Itália, é que seja precisamente isso que venha a suceder. Até porque há já muitos meses que o líder da extrema-direita, Matteo Salvini, anda a fazer – depois de uma desastrosa tentativa de chegar a primeiro-ministro através de uma espécie de golpe palaciano – todos os possíveis para acabar com a frágil coligação que sustenta o governo, composta pelo Movimento 5 Estrelas (M5S), anterior parceiro de Salvini, e o que resta do Partido Democrata, que mais ou menos desde que foi criado (2007) está em vias de extinção, muito à custa dos avatares políticos do seu líder histórico, Matteo Renzi.