Pressão internacional, sanções económicas, alargamento dos interesses geopolíticos, necessidade de escoar a produção petrolífera, cansaço popular ou simples sinal dos tempos: o que quer que seja que está a influenciar um novo posicionamento do regime iraniano – cujas mudanças se medem ‘ao milímetro’ – o certo é que Teerão está a dar mostras (muito timidamente) de ter alterado os fundamentais da sua agenda internacional. E a maior prova disso nem sequer é, para os analistas, o facto de se ter empenhado em aparecer nas negociações do acordo nuclear de 2015 – que por acaso marcam passo de forma enervante, pelo menos para os observadores ocidentais. A maior prova reside no facto de o Irão ter colocado a hipótese (e ter dado os primeiros passos diplomáticos para isso) de vir num futuro não absolutamente longínquo a sentar-se à mesa das negociações com o seu inimigo mais ‘maligno’: a Arábia Saudita.