Nascido 14 de dezembro de 1960, Ebrahim Raisi, o novo presidente iraniano eleito segundo os resultados oficiais por larga maioria nas presidenciais de há uma semana, tem na sua biografia duas entradas impossíveis de deixar de lado: é um dos homens fortes do aparelho religioso que controla todos os aspetos da vida e da morte dos iranianos; e está ligado à supressão de um número não identificado de dissidentes do regime, sistematicamente desaparecidos nos anos 80 do século passado. O episódio, considerado dos mais macabros da história recente do Irão, passou-se em 1988, numa altura em que o anterior chefe supremo, Ruhollah Khomeini, mandou que fossem cumpridas uma série de execuções de prisioneiros políticos em todo o Irão. A matança começou a 19 de julho e durou cerca de cinco meses, durante os quais partidários de grupos de esquerda, entre eles partidários dos Mujahedin, Fedaian e do Partido Tudeh (comunista), foram executados.