O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a primeira-dama, Melanie Trump, gastaram o primeiro dia da visita de Estado ao Reino Unido num conjunto de cerimónias protocolares em que foram acompanhados pelo rei Carlos III, a rainha conserte, Camila, e o príncipe herdeiro, William. O casal real manteve o casal ‘imperial’ foram dos olhares dos britânicos – que encheram as ruas de Londres e os arredores do castelo de Windsor (neste caso de forma muito mais tímida) com manifestações de repúdio pelas políticas, principalmente externas, nevadas a cabo pela Casa Branca.
O príncipe e a princesa de Gales tiveram a sua própria e curta reunião privada com Trump e Melania durante o dia – nu encontro oficialmente descrito como caloroso e amigável, com o príncipe William e Catherine, a princesa, desempenhando um papel importante nas boas-vindas reais. Depois disso, todos tiveram ocasião de ver aviões de guerra a sobrevoar o castelo soltando fumo colorido, bandas miliares a evoluir relvados fora e outras manifestações particularmente inspiradas pela tradição, com que o Reino Unido envolve aqueles que entendeu receber com pompa e circunstância.
Longe desse ambiente – que Trump “está a tentar replicar na Casa Branca”, como diz o analista Francisco Seixas da Costa – milhares de pessoas reuniram nas ruas do centro de Londres para o principal protesto da chamada Coligação Stop Trump na tarde desta quarta-feira. Segundo a reportagem do jornal ‘The Guardian’, muitas seguravam cartazes expressando raiva e frustração face a muitas questões políticas, desde a crise climática e o direito ao aborto até ao genocídio em Gaza, o rearmamento nuclear, a monarquia, a ascensão do Partido Reformista e o racismo. Cartazes comuns exibiam slogans como "faça os poluidores pagarem", "não ao racismo, não a Trump", "parem de armar Israel" e "parem Trump, parem o fascismo".
Segundo o mesmo jornal, outros manifestantes adotaram abordagens criativas, incluindo uma mulher que se vestiu como a Estátua da Liberdade, segurando um livro com a inscrição "a estátua da tomada de liberdades", outra que arrastou uma efígie de Trump no chão e uma pessoa vestida com uma fantasia que lembrava o balão do bebé Trump do protesto de 2018, segurando uma lista intitulada ‘Arquivos Epstein’, listando as pessoas supostamente implicadas.
Os manifestantes que falaram com o jornal disseram que estavam a participar para sinalizar a sua exasperação com Keir Starmer e o governo do Reino Unido, bem como a sua raiva com a proeminência de Donald Trump no cenário mundial e o impacto das suas políticas.
Longe do fausto e das ruas, a comitiva de Trump, direcionada para as questões económicas e de defesa, estaria a trabalhar nos acordos que serão revelados e que incidirão preferencialmente nas áreas das tecnologias e da energia. Segundo a imprensa norte-americana, os dois países planeiam anunciar mais de 10 mil milhões de dólares em acordos económicos como parte da visita de Estado. Espera-se que os dois governos selem um acordo comercial com três pilares: uma nova parceria científica e tecnológica para fortalecer os sectores de ambos os países, cooperação em energia nuclear civil e avanços na cooperação em tecnologia de defesa. As autoridades norte-americanas descreveram os acordos como baseados na cooperação económica entre os dois aliados de longa data.