A dívida pública portuguesa voltou a crescer em abril pelo quinto mês consecutivo, ultrapassando pela primeira vez a barreira psicológica dos 280 mil milhões de euros. De acordo com os dados do Banco de Portugal (BdP) divulgados esta segunda-feira, o stock de dívida pública aumentou em 2,6 mil milhões de euros em abril, atingindo 280,9 mil milhões de euros. Em novembro do ano passado, o total de dívida pública estava em 269,2 mil milhões, o que significa um crescimento de 11,7 mil milhões em apenas cinco meses.
O anterior máximo em termos absolutos havia sido registado em julho de 2023, quando a dívida pública alcançou 279,8 mil milhões de euros. Segundo o comunicado do BdP, a subida foi impulsionada por um aumento dos títulos de dívida em 2,3 mil milhões de euros e dos certificados de aforro em 0,5 mil milhões, embora tenha sido parcialmente compensada pela redução dos empréstimos e dos certificados do Tesouro, ambos com uma diminuição de 0,1 mil milhões de euros.
Em termos absolutos, apesar de ainda se manter distante dos máximos de 134,1% registados em 2020, o rácio de dívida pública volta a aproximar-se dos 100%. Considerando o crescimento do primeiro trimestre, em que o PIB caiu em termos reais em comparação com o período anterior, o indicador de saúde das finanças públicas situa-se em torno de 97,3%. O ano passado fechou com este indicador em 94,9%, resultado de quatro anos consecutivos de redução, mesmo com um aumento do stock de dívida pública.
Para 2025, o programa eleitoral da Aliança Democrática previa um rácio de dívida pública de 91%, um resultado mais ambicioso do que os 93,3% projetados no Orçamento do Estado para 2025 (OE2025). Deduzindo os depósitos das administrações públicas, que alcançaram 20,4 mil milhões de euros em abril, a dívida pública aumentou mil milhões, chegando a 260,4 mil milhões de euros.
