A história conta-se depressa: em janeiro de 2015, o Syriza, liderado por Alexis Tsipras, obteve 36,34% dos votos, quase nove pontos à frente do partido conservador Nova Democracia (do então primeiro-ministro Antonis Samaras, que obteve 27,81%), e 149 assentos parlamentares em 300, depois de uma campanha em que recusava aceitar os pressupostos de desenvolvimento contidos no plano da ‘troika’ (FMI, Banco Central Europeu e Bruxelas) para a Grécia; a Zona Euro entrou em pânico – com o então ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, a atingir momentos de puro histerismo – e insistiu; o Syriza enviou às reuniões uma bomba-relógio que se chamava Yanis Varoufakis e era ministro das Finanças; a contenda azedou e o Syriza marcou um referendo; em julho de 2015, mais de 61% dos eleitores rejeitaram as exigências de austeridade dos credores da Grécia; algures no tempo, Tsipras esqueceu-se do referendo, despediu Varoufakis e aos poucos a Grécia deixou de abrir telejornais nos outros países da União Europeia, até desaparecer dos radares mediáticos. No primeiro trimestre deste ano, a economia da Grécia encolheu 0,1% face ao trimestre anterior.