O que muda para a Alemanha com a eleição de Merz?
Há realmente mudanças... a rigidez orçamental começou a ser revista, o que é importante, mas também inevitável perante o contexto. Mas os problemas vêm de trás e exigem mais alterações. Claro, o governo de Merz ainda não aterrou, veremos o que acontece, embora eu não esteja otimista. Não basta resolver um problema burocrático, isto é, não é suficiente alterar a regra que impõe um travão à dívida pública para alterar a trajetória macro-económica que leva décadas a fazer o mesmo caminho: estou a falar da obsessão em exportar e, em simultâneo, deprimir o investimento, em vez de o valorizar.
“Desintegração europeia é o mais provável a longo prazo”
Jornalista e analista, 63 anos, fundador do “Financial Times Deutschland”. correspondente em Washington e Bruxelas para o “The Times”, hoje é diretor do “EuroInteligence”. Conhecedor profundo da economia europeia, publicou “Kaput”, a história da descida aos infernos da economia alemã e como ela ficou amarrada a um modelo de crescimento esgotado: a classe política e o país assobiam para o lado.
