David Cameron, primeiro-ministro do Reino Unido entre maio de 2010 e 13 de julho de 2016, aborreceu-se em determinada altura da sua carreira política das maçadoras invetivas dos conservadores do seu próprio partido e dos arruaceiros que se perfilavam atrás de Nigel Farage (presidente do UKIP na mesma altura) e decidiu acabar de vez com a velha história da possível saída do país da União Europeia. E para o fazer, decidiu perguntar aos seus concidadãos, em referendo, se eles queriam permanecer no bloco ou alternativamente regressar à condição do orgulho solitário que, afinal, tanta glória lhes havia trazido – salvo entre 1939 e 1945, quando tiveram de aceitar poderosa ajuda externa, que John Maynard Keynes foi por diversas vezes ‘mendigar’ a Washington. E se bem pensou, melhor o fez: organizou o referendo, criou o substantivo Brexit (ou alguém o criou por ele), deu uma vista de olhos às sondagens e tratou de sonhar na possibilidade de ser a alternativa britânica à mania de Angela Merkel se achar na posse do bastão de marechala do conservadorismo da União Europeia – qual eixo Paris-Berlim qual quê!