Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, o lado rigoroso do uso da língua como ferramenta de comunicação não podia ter mais afinidades com o negócio que criou. “Lidamos diariamente com dados em 46 línguas, para as quais são necessários conhecimentos desde o nível de falantes nativos ao científico, por linguistas ou especialistas em Ciências da Linguagem”, diz Daniela Braga, fundadora da DefinedCrowd, ao Jornal Económico. Após a licenciatura e o mestrado em Portugal, fez investigação na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e deu aulas na Universidade da Corunha durante dois anos, até que entrou para a Microsoft (nesta empresa trabalhou em Portugal, China e Estados Unidos). Deixou a empresa fundada por Bill Gates em 2013 e transferiu-se para a também norte-americana Voicebox. Simultaneamente, foi convidada para dar aulas de Data e Crowdsourcing para Speech Tecnologies na Universidade de Washington. Nesse momento, percebeu que havia uma grande oportunidade de mercado na área da Inteligência Artificial e decidiu criar a sua própria empresa. Despediu-se de um emprego bem pago, não tinha capitais próprios, nem pediu dinheiro emprestado ao banco. Reuniu-se com investidores em Seattle, nos Estados Unidos, apresentou a empresa num powerpoint e conseguiu sair com o primeiro cheque: 200 mil dólares de financiamento para arrancar o negócio. Em agosto de 2015, nascia a DefinedCrowd, uma startup especializada em dados para Inteligência Artificial (AI).