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Corticeira Amorim prepara novos investimentos este ano nas Herdades de Rio Frio e Baliza

No relatório que acompanha os resultados, a Corticeira Amorim refere “investimentos que serão feitos nas herdades de Rio Frio e Baliza em 2023, especificamente em novas  plantações e no aumento da densidade de árvores em algumas áreas”.

A Corticeira Amorim está a preparar novos investimentos nas herdades de Rio e Baliza, que deverão ser realizados até ao final do ano, indicou a empresa liderada por António Rios Amorim no relatório que acompanha os resultados da primeira metade do ano.

A empresa sediada em  Mozelos anunciou na quinta-feira, em comunicado enviado à CMVM, ter obtido lucros de 51,4 milhões de euros de janeiro a junho, um aumento dos lucros de 8% face aos mesmos seis meses de 2022.

No relatório que acompanha os resultados, a Corticeira Amorim refere “investimentos que serão feitos nas herdades de Rio Frio e Baliza em 2023, especificamente em novas  plantações e no aumento da densidade de árvores em algumas áreas”.

Em 4 de agosto de 2022, a Corticeira Amorim anunciou a compra de um terreno de 1.855 hectares ao Novobanco pelo valor total de 22,3 milhões de euros.

A propriedade adquirida incluía “um conjunto de imóveis afetos à exploração florestal que constituem uma parte da antiga Herdade de Rio Frio e que são contíguos às propriedades já detidas pela Cold River’s Homestead”, indicou na altura a Corticeira Amorim.

Com a compra, a Corticeira Amorim disse que pretendia “melhorar a produtividade da atividade agroflorestal da Herdade de Rio Frio, designadamente através da implementação de adensamentos neste montado único”, bem como “alargar a área de intervenção da empresa, com importantes ganhos de escala e de alavancagem operacional”.

Financiamento verde ascende a 126,6 milhões de euros

Meses depois, em dezembro de 2022, a Corticeira anunciou um acordo com a Caixa BI e com a Caixa Geral de Depósitos para uma emissão de papel comercial no valor de 20 milhões de euros, com maturidade em 2027. A totalidade da emissão foi alocada à aquisição do antigo terreno do Novobanco. As emissões no âmbito deste PPC qualificam-se como instrumentos de financiamento verde”, indicou na altura a Corticeira Amorim.

Este foi, até essa data, o 5º financiamento sustentável da Corticeira Amorim, num total de 126,6 milhões de euros.

Na altura da compra do terreno adjacente à herdade do Rio Frio, a empresa indicou que “a preservação do Montado e dos serviços dos ecossistemas é um dos seus objetivos estratégicos da Corticeira Amorim, que pretende continuar a sua participação ativa na intervenção em novas áreas de sobreiro através de compra de terrenos, arrendamento ou parcerias”.

A empresa afirma ter como objetivo “fazer investigação aplicada sobre os impactos da rega, fertilização, nutrição e solo no sobreiro e ajudar a promover e difundir a implementação de novas técnicas de plantação e gestão do montado de sobro mais eficientes e resilientes aos cenários climáticos previstos”.

Quanto à Herdade da Baliza, passou a ser detida pela Corticeira em 2018, quando adquiriu – através da participada Amorim Florestal – 100% da sociedade Cosabe – Companhia Silvo-Agrícola da Beira pelo valor de 5,5 milhões de euros.

O principal ativo da Cosabe era, precisamente, a Herdade da Baliza, situada na zona de Castelo Branco / Tejo internacional, e com uma área total 2.866 hectares.

“A Amorim Florestal tem em curso um Projeto de Intervenção Florestal que visa assegurar a manutenção, preservação e valorização das florestas de sobro e, consequentemente, a produção contínua de cortiça de qualidade, desenvolvido em estreita parceria com produtores florestais, instituições de investigação e entidades políticas locais”, indicou na altura a Corticeira Amorim.

Assim, acrescentava a Amorim Florestal, o grupo queria desenvolver na Herdade da Baliza uma “Plantação Suberícola Intensiva em modo de produção intensiva e com fertirrega, aumentando a densidade de sobreiros por hectare e um crescimento mais rápido dos mesmos, reduzindo de forma significativa o tempo necessário para o início de exploração das árvores”.

Ou seja, os investimentos previstos e indicados agora no relatório relativo ao primeiro semestre parecem concretizar a estratégia anunciada aquando das operações de 2018 e 2022.

Aliás, em dezembro de 2022, a Corticeira anunciou mais uma emissão de papel comercial verde, no valor de 35 milhões de euros, com os espanhóis do Banco Sabadell, precisamente para refinanciar a “aquisição da sociedade Herdade de Rio Frio e no financiamento do investimento em novas plantações de sobreiros”. Na prática, o novo plano serviria para alongar a estrutura de maturidades.

Lucros de 51,4 milhões até junho, com vendas a abrandar

Quanto aos resultados do semestre, a Corticeira Amorim lucrou 51 milhões de euros no primeiro semestre, um crescimento de 8% face ao mesmo período do ano passado.

“Após resultados atribuíveis aos interesses que não controlam, o resultado líquido atingiu 51,4 milhões de euros no final do primeiro semestre, uma subida de 8,0% face aos primeiros seis meses de 2022”, indicou em comunicado a empresa, a última das cotadas do Psi a apresentar os resultados semestrais.

https://jornaleconomico.pt/noticias/lucros-da-corticeira-amorim-sobem-18-para-2377-milhoes-no-primeiro-trimestre/

A subida nos lucros acontecem num contexto em que a corticeira registou vendas ligeiramente abaixo do período homólogo. “As vendas da Corticeira Amorim no primeiro semestre de 2023 atingiram os 539,3 milhões de euros, um ligeiro decréscimo (-1,1%) face ao período homólogo de 2022. Ao contrário do primeiro trimestre do ano, a evolução cambial teve um impacto desfavorável nas vendas consolidadas, particularmente na Unidade de Negócio (UN) Rolhas que foi a mais afetada pela desvalorização do dólar. Excluindo este efeito, as vendas consolidadas teriam caído 0,8%”, explicou a empresa.

De acordo com a empresa, duas unidades de negócio tiveram um decréscimo nas vendas, com destaque pela negativa para a área de “Revestimentos”, que caiu 35,9%), e para dos “Aglomerados Compósitos” (-5,8%) e Revestimentos (-35,9%).

Quanto às outras,  a Corticeira Amorim fala em “desempenhos positivos”, sobretudo nas “Rolhas” (um crescimento crescimento “robusto de 5,4%”). A unidade das “Rolhas” representou 77% das vendas consolidadas.

https://jornaleconomico.pt/noticias/corticeira-amorim-e-parsons-school-of-design-lancam-formacao-inovadora/

“O EBITDA (resultados antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) consolidado ascendeu a 103,8 milhões de euros, um crescimento de 5,8% face ao período homólogo de 2022, refletindo, em grande medida, as poupanças significativas ao nível dos custos operacionais, nomeadamente decorrentes da redução dos preços de energia, que mais que compensaram os maiores preços de consumo de cortiça e o aumento dos custos com pessoal”, sublinhou a Corticeira.

O rácio EBITDA/Vendas subiu para 19,2%, quando na primeira metade do ano de 2022 tinha sido de 18,0%).