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Confiança dos privados volta a cair na Alemanha em setembro

As expectativas de curto-prazo até melhoraram marginalmente, mas de forma insuficiente para compensar a deterioração da situação económica atual. Motor económico europeu continua em linha para uma recessão no total deste ano.

A confiança do sector empresarial alemão voltou a deteriorar-se em setembro, embora devido a uma revisão em alta nos valores de agosto. O índice Ifo, divulgado esta segunda-feira, continua a sinalizar um abrandamento do motor industrial da zona euro, com o indicador a cair há cinco meses seguidos, embora as perspetivas comecem a dar sinais de melhoria.

A leitura de setembro do indicador foi de 85,7, valor semelhante ao inicialmente reportado para o mês anterior; no entanto, o índice referente a agosto foi revisto marginalmente em alta para 85,5, marcando novo recuo na leitura deste mês. É um dos valores mais baixos do indicador nos últimos cinco anos, sublinhando a relevância da quebra na maior economia europeia.

O subindicador relativo à situação atual piorou de 89,0 para 88,7, embora parcialmente compensado pela subida mais tímida do índice associado às expectativas de curto-prazo, que avançou de 82,7 para 82,9.

“Uma subida nas expectativas costuma ser um bom sinal neste inquérito, […] mas é ainda demasiado cedo para aplaudir”, argumenta a análise da Pantheon Macro, que vê na mensagem mais cautelosa do Banco Central Europeu (BCE) o principal motivo para esta melhoria.

A análise do think-tank britânico continua a detetar fragilidades, apontando a nova queda do produto no terceiro trimestre estimada em 0,3% do PIB. Na mesma linha, o banco neerlandês ING acredita que “os empresários alemães, bem como os políticos e a economia como um todo, estão a habituar-se à ideia de um período longo de crescimento fraco”, sendo a leitura de setembro do Ifo mais um sinal nesse sentido.

“Esta leitura mostra-nos que o panorama económico não se alterou. A economia chinesa continua sem ganhar ímpeto e, ao mesmo tempo, tem-se tornado um rival da alemã; o BCE continua a subir taxas e o impacto atrasado desta política continuará a pesar; e a incerteza associada à transição energética e aos preços da energia não se dissipou”, lê-se na análise do ING.