Skip to main content

Concentrix traça meta de terminar o ano com seis mil trabalhadores em Portugal

A empresa norte-americana de ‘outsourcing’, que no ano passado se fundiu com a Webhelp num negócio de quatro mil milhões de dólares, prevê aumentar a equipa com “algumas centenas de postos de trabalho”, de acordo com o diretor geral da Concentrix Portugal, Carlos Moreira.

Era Webhelp, em setembro foi renomeada para Webhelp + Concretrix após a conclusão da fusão de quatro mil milhões de dólares (cerca de 3,7 mil milhões de euros) e, desde há pouco mais de um mês, chama-se apenas Concentrix. O negócio entre as empresas francesa e norte-americana do sector do outsourcing está a ter implicações Portugal, nomeadamente no plano de crescimento.

O Jornal Económico (JE) falou com o diretor geral da Concentrix Portugal para perceber os efeitos desta operação internacional, além do rebranding. Carlos Moreira avançou que esperam terminar o ano com mais de seis mil colaboradores em Portugal e continuar a estudar aquisições. “Este ano, prevemos um aumento de algumas centenas de postos de trabalho nos nossos seis escritórios em território nacional”, afirmou.

A Concentrix pretende “continuar a analisar e a procurar aquisições” que complementem a sua atividade, porque considera que o mercado do apoio ao cliente (contact center) se mantém “altamente fragmentado”. “Acreditamos que a nossa estratégia de aquisição melhora e aumenta as nossas vias de crescimento”, refere Carlos Moreira ao JE.

“Quando avaliamos possíveis transações, consideramos, entre outros fatores, se a operação faz sentido economicamente, ou se pode acrescentar uma competência, área ou tecnologia que pode resultar num elevado retorno para a empresa num curto período de tempo. No entanto, o principal objetivo da Concentrix neste momento é a integração do negócio Webhelp em curso e a otimização do valor dessa transação”, ressalva.

Carlos Moreira faz ainda um balanço positivo da estratégia de descentralização, que se materializou com o investimento em Braga, onde é o terceiro maior empregador da cidade com mais de 1.500 colaboradores, e em Aveiro, onde tem escritório desde 2022 com aproximadamente 100 pessoas. No entanto, reconhece que os maiores polos são Lisboa e Porto.

Questionado sobre quantas rescisões houve em Portugal devido à fusão entre a Webhelp e a Concentrix, o managing director disse apenas que, a nível internacional, a Concentrix tem cerca de 440 mil colaboradores em 70 países e presta serviços e vende tecnologia para mais de duas mil empresas.

Quanto às alterações na gestão da empresa em Portugal, Carlos Moreira – que era diretor geral da Webhelp e se mantém no cargo agora como Concentrix - confirma que a administração da nova sociedade que resultou da fusão é composta por profissionais quer da Webhelp quer da Concentrix.

 

- Quais as principais implicações, em termos de negócio, para o mercado português?

Portugal desempenha um papel importante na expansão global da Concentrix, atuando como um hub multilingue com mais de 60 clientes internacionais em 22 idiomas diferentes. Com esta transação, expandimos a nossa capacidade e variedade de soluções disponíveis para os clientes, o que acaba por reforçar significativamente a nossa atratividade como destino nearshore.

Portugal destaca-se pelo elevado nível de qualidade e talento da sua equipa, bem como pela facilidade em garantir um nível nativo em termos linguísticos e uma afinidade cultural que não existem em outros destinos de nearshore e offshore.

Carlos Moreira, managing director da Concentrix Portugal

O mercado da Experiência do Consumidor registou um forte crescimento nos últimos anos, sobretudo com a evolução para um mundo mais digitalizado em que a Experiência do Consumidor é assegurada por empresas como a Concentrix.

Portugal tem beneficiado bastante desta tendência na última década, o que é bem visível nos dados recentemente publicados pela APCC, os quais indicam que em 2022 este setor teve um impacto de 2,4 mil milhões de euros no PIB nacional e foi responsável por 143 mil postos de trabalho. A perspetiva é de que Portugal continue a crescer mais do que a média europeia, tendo em conta a sua atratividade em termos de qualidade e eficiência.