É “um balanço positivo”, aquele que decorre da presença portuguesa na Automotive Interiors, que aconteceu entre os dias 12 e 14 de novembro em Estugarda, Alemanha, “uma importante feira do setor na Europa e onde esteve representada a cadeia de valor da indústria automóvel especializada em componentes e sistemas de interiores automóveis”.
Com organização a cargo da Associação Empresarial de Portugal (AEP), “estas participações permitem o contacto permanente com o mercado e prospeção junto de novos e potenciais parceiros comerciais”, refere o presidente do conselho de administração daquela estrutura, Luís Miguel Ribeiro, em declarações ao JE. “São evidenciados como fatores positivos a dimensão do mercado e as oportunidades que apresentam, assim como a qualidade dos contactos, especialmente no que respeita aos visitantes profissionais”.
Apesar da crise geral e em particular no setor da construção de automóveis, “a Alemanha é um país atrativo, mas muito exigente, por isso a AEP organiza participações regulares em feiras no mercado alemão há muitos anos e desde 2016 para o setor automóvel em particular”.
Para Luís Miguel Ribeiro, a Alemanha “é um mercado que proporciona às empresas nacionais oportunidades de negócios, mas obriga a uma abordagem estruturada e é aqui que a AEP tem um papel importante no apoio à internacionalização das PME. É um dos principais parceiros de Portugal e em termos de oportunidades de negócios, é um mercado interessante para a economia digital, soluções energéticas, mobilidade e transportes, saúde, vestuário, têxteis, calçado, semicondutores, entre outros”.
Cerca de 98% dos modelos automóveis produzidos na Europa têm componentes feitos em Portugal. “Este é um número que evidencia a competitividade da indústria portuguesa de componentes para automóveis e esta feira é o ponto de encontro certo para as empresas verificarem estratégias, investimentos, fornecedores e parceiros”.
Nesse contexto, a presença nacional teve este ano outra novidade: uma parceria entre a AEP e a Associação dos Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA) assinada no sentido de ser concluído um acordo de colaboração para a promoção internacional da indústria portuguesa de componentes para automóveis. Para a AFIA, a presença na feira germânica é “obrigatória para fornecedores Tier 1 e Tier 2, assim como para equipas de design de interiores de fabricantes de automóveis que procuram acompanhar as rápidas mudanças no mundo dos materiais, acabamentos e tecnologias”.
O evento, refere a AFIA em comunicado, “representa um ponto de encontro global para avaliar estratégias, investimentos, fornecedores e parcerias de produção para a indústria de componentes automóveis”. No stand coletivo promovido pela AFIA/AEP participaram quatro empresas: BRAMP, FEHST, MAXIPLÁS, e TRIM NW. No dia 12 de novembro, o cônsul-geral de Portugal em Estugarda, Leandro Amado, visitou as empresas portuguesas ali presentes.
A AFIA recorda que, “apesar de um mercado desafiante e de incerteza, a Indústria Portuguesa de Componentes Automóveis continua a demonstrar a sua resiliência e adaptabilidade na Europa. Entre janeiro e setembro de 2024 a produção automóvel agregada dos cinco principais clientes europeus (Espanha, Alemanha, França, Reino Unido e Itália) diminuiu 6,3% em comparação com o período homólogo do ano transato, sendo que as exportações da Indústria Portuguesa de Componentes Automóveis decresceram 3,9%, ou seja, uma queda menos acentuada”.
Em termos de importância na economia nacional, as 350 empresas (0,9% das empresas da indústria transformadora) que integram a indústria de componentes para automóveis, representam na sua totalidade 5,4% do PIB, 8,9% do emprego da indústria transformadora, 11,1% do valor acrescentado bruto da indústria transformadora, 15,6% das exportações nacionais de bens transacionáveis e 15,8% do investimento da indústria transformadora.