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Colt compra negócio da Lumen na EMEA por 1,7 mil milhões de euros

Tecnológica britânica da fibra ótica e dos sistemas de cabos submarinos conclui aquisição da empresa norte-americana cotada no Dow Jones. Transação faz aumentar número de clientes em 2.700 e de funcionários em 1.300.

A tecnológica britânica Colt, que tem presença e investimentos de mais de 5 milhões de euros em Portugal, concluiu a aquisição do negócio da Lumen Technologies na EMEA (Europa, Médio Oriente e África) por 1,8 mil milhões de dólares (cerca de 1,7 mil milhões de euros).

Com esta operação, a empresa que constrói infraestruturas digitais vai aumentar o conjunto de recursos de conectividade que disponibiliza às empresas. Em termos práticos, os clientes poderão contar com: mais 1.300 trabalhadores em 16 países, 1.630.031 km de fibra que ligam 125 cidades europeias em 34 países da EMEA, 11 mil km de rede metropolitana em 23 países e nos Emirados Árabes Unidos, doze estações de amarração de cabos em seis países e dez sistemas de cabos submarinos (seis transatlânticos e quatro na Europa).

O processo para fechar este negócio começou em novembro do ano passado, sendo que a due dilligence arrancou em junho. Ao longo destes meses, a Colt precisou de receber as aprovações regulatórias de 33 países, esclareceu ao Jornal Económico (JE) a CEO, Keri Gilder, em conferência de imprensa com a imprensa internacional. “Foi mais de um ano, mas até acho que devia haver uma medalha para a rapidez dado o número de países”, brincou.

Keri Gilder esclareceu ainda que deverá aumentar o número de clientes em mais de 2.700, até porque haverá uma integração dos sistemas Colt e Lumen, mas continuará a haver alguma diversidade entre ambos. Durante o próximo trimestre vão fazer essa análise, adiantou aos jornalistas.

“Esta compra também nos traz novos talentos, além de ampliar o nosso portefólio tecnológico, o nosso ecossistema de parceiros e de expandir significativamente a nossa infraestrutura digital,” disse Keri Gilder. “É uma oportunidade também para as empresas localizadas na Ásia e fora da Europa, porque nos tornámos de facto um agregador para elas fazerem negócios nesta região, dando-lhes acesso a outras regiões. Permite-nos também ser um fornecedor não só na terra, mas também através do mar”, acrescentou.

Segundo a CEO da Colt, a multinacional irá entrar em novos mercados nas regiões da Europa Oriental, nos Emirados Árabes Unidos e nalgumas zonas de África. “O coração e berço da Colt está na Europa, mas agora consideramo-nos verdadeiramente um operador mundial e um agregador que permite às empresas fazerem negócios. Se alguém quiser sair da sua base e fazer um negócio lá fora nós podemos fazer essa ligação”, realçou a engenheira que era da Ciena Communications e foi conselheira da comissão executiva da ECTA - European Competitive Telecommunications Association.

“Todos os emails que enviamos consonem energia. Temos uma responsabilidade muito elevada ao manter a conectividade das infraestruturas, até porque 91% estão a investir em Inteligência Artificial ou pretendem implementar esta tecnologia de alguma forma, de acordo com um inquérito que fizemos”, lembrou a gestora que se mantêm como CEO após esta transação.

No contexto desta aquisição, a Colt e a Lumen Technologies fizeram ainda uma parceria para permitir o acesso à infraestrutura e aos serviços digitais da Colt às empresas da região da América do Norte, além que instalarem novos PoPs (Pontos de Presença) no Dubai, na Estónia, na Grécia, na Islândia, em Israel, no Quénia, na Sérvia, na Eslovénia, na África do Sul e na Turquia.

“A forma de consumo por parte das empresas e dos fornecedores está a mudar significativamente por razões económicas – em que se muda para um contrato de um determinado valor para um à base do consumo, em que só paga o que consome – e também ambientais. Para quê utilizar recursos sem ser eficiente? Não é só investir no serviço é preciso uma plataforma flexível”, comentou, por sua vez, Camille Mendler, analista-chefe da Omdia, que também esteve presente na sessão por videoconferência.