O G20 acabou. É este o vaticínio de uma parte dos analistas de política internacional, que consideram que o agregado passou a ter no seu seio duas forças que se tornaram antagónicas por via de uma agenda que já não é comum. Francisco Seixas da Costa é, sobre esta matéria, peremptório: a cimeira – que se realiza este fim-de-semana na Índia, “vai ser um fracasso”. Mais a somar ao encontro anterior “no final do qual não vai ser possível divulgar um comunicado comum” que não passe de um aglomerado de ‘lugares comuns’ sem qualquer interesse estratégico ou prospetivo.
Em causa estará, mais uma vez, a questão da guerra na Ucrânia – mas desta vez há qualquer coisa mais: a cimeira dos BRICS de há duas semanas teve a função de explicar ao mundo que o ocidente e os países emergentes já pouco têm a dizer uns aos outros. Curiosamente, o G20 vê-se, neste quadro, partido a meio: de um lado Argentina, Brasil, China, Índia, Indonésia, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul e Turquia; do outro lado, Austrália, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Coreia do Sul, Reino Unido, Estados Unidos e União Europeia. Espanha tem o estatuto de convidada permanente.