No final do primeiro dia do segundo período escolar, a FENPROF (Federação Nacional dos Professores) revelou que cerca de 40 mil alunos recomeçaram as aulas sem terem todos os professores. “No início de dezembro eram cerca de 32 mil os alunos que não tinham os professores todos”, afirmou Mário Nogueira, secretário-geral da maior estrutura sindical de professores, em conferência de imprensa, esta quarta-feira, 3 de janeiro.
Os números indicam ainda que cerca de dois mil alunos têm um professor em falta desde o início do ano, ou seja, têm uma disciplina a que nunca tiveram aulas.
As estimativas da FENPROF apontam para 200 mil alunos que não têm todos os professores profissionalizados.
Informática, Português, História e Matemática do 3.º ciclo e ensino secundário são as disciplinas com maior carência de professores.
Os dados resultam de um levantamento foi feito no final do primeiro período pela FENPROF, tendo sido validadas 208 respostas completas das escolas. Segundo referiu Mário Nogueira, 22,6% das escolas que responderam não conseguiram completar o corpo docente ao longo de todo o 1.º período, enquanto 41,3% só o conseguiram completar até final de setembro, isto é, quase meio meio depois do arranque do ano letivo 2023/2024.
A falta de professores vão continuar a acentuar-se. Entre 1 de setembro e 31 de dezembro, aposentaram-se 1.415 professores, que se juntaram aos 2.106 que tinham ido para a aposentação entre janeiro e agosto, adiantou Mário Nogueira. Em janeiro juntar-se-ão mais 434.
Ao Jornal Económico, esta quarta-feira, o secretário geral adjunto da FENPROF, José Filiciano, defendeu a valorização da carreira dos professores, num momento em que os alunos começam o segundo período escolar marcado pela ausência de docentes.