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CEO da Imovendo admite cenário pouco animador para o imobiliário

Estudo da plataforma imobiliária revela que 29,3% dos inquiridos consideram que existem imóveis a mais à venda. Sobre os custos da construção, Miguel Mascarenhas acredita que o mercado não vai mudar e que as pessoas não podem pedir empréstimos elevados. "É demasiado arriscado com todas estas incógnitas", refere.

Apesar de promotores e investidores falarem em falta de oferta para habitação no mercado português, 29,3% dos 1.750 proprietários ou compradores ativos inquiridos no estudo da plataforma "Imovendo" defendem que existem imóveis a mais para venda, dos quais 26% na Grande Lisboa e 35% no Grande Porto.

"Este estudo é feito a nível nacional, em particular nas regiões de Lisboa e Porto. Acredito que pode haver algumas zonas em que haja muito mais imóveis principalmente novos, a preços muito elevados. Na 'Imovendo' temos muitas casas com cinco e dez anos que nunca foram habitadas. Em Lisboa, já não há esse tipo de stock. As casas que foram vendidas têm dois ou três anos de espera para ser habitadas", refere em declarações ao Jornal Económico (JE), Miguel Mascarenhas, CEO da Imovendo.

Outro dos dados analisados pelo estudo aponta que a construção nova é vista, por 60% dos portugueses, como determinante para a saúde do mercado imobiliário. Ainda assim, o cenário atual não é animador, tendo em conta a constante subida dos custos da construção a que se junta a falta de mão-de-obra.

"As matérias-primas e disponibilidade de mão-de-obra está muito reduzida. São fatores que fazem com que tudo fique mais cara e desmotive as pessoas. Não havendo um grande incentivo ou esperança de retorno de investimento, com o aumento das taxas de juro as pessoas não podem pedir valores tão elevados. Não acredito que o mercado vá mudar, é demasiado arriscado com todas estas incógnitas", afirma o responsável.

Em relação às estimativas económicas para o final deste ano, os resultados indicam que 25,4% dos inquiridos preveem um cenário favorável ou muito favorável, enquanto 74,6% revelam uma visão mais negativa, projetando um cenário económico desfavorável ou muito desfavorável.

"Estes resultados fornecem uma visão perspicaz da percepção dos cidadãos em relação ao mercado imobiliário e às expectativas económicas para os próximos meses", sublinha o CEO.

Sobre o processo de licença de construção, 69,3% dos inquiridos assumem que nunca precisaram de solicitar tal licença, sendo que 22,7% revela já ter passado pelo processo que classificam como um dos mais burocráticos no sector imobiliário.

Sem surpresas, 93,3% dos inquiridos confirmam a percepção generalizada de aumento nos preços das casas, sendo que 64,3% entendem que esta subida dos preços se verifica tanto em moradias como em apartamentos, sendo que 64,3% consideram que esta subida se observa tanto em moradias como em apartamentos.

Por outro lado, somente 30% dos inquiridos acreditam que o aumento de preços em construção nova se regista mais em apartamentos.