O centro TUMO do Porto é inaugurado esta quinta-feira, 25 de setembro, com a presença da secretária de Estado do Ensino Superior, Cláudia Sarrico. Este novo centro, o terceiro no país e o primeiro na região Norte, abre portas para acolher 1.000 adolescentes por semana, no primeiro ano, oferecendo-lhes um espaço singular para desenvolver competências digitais, explorar projetos criativos e potenciar talentos.
O projeto é realizado através de financiamento, privado e público, de entidades que se identificam com a pedagogia inovadora e inclusiva. Pedro Santa Clara, mentor do projeto, confirma ao Jornal Económico que o investimento é de sete milhões de euros e promovido por um conjunto de empresas e fundações ligadas ao Porto: BPI | Fundação “la Caixa”, Fundação Belmiro de Azevedo, Fundação Galp, Carlos Moreira da Silva, Câmaras do Porto, Matosinhos e Gaia e grupos Amorim e RAR, entre outros.
Todo o projeto pedagógico do TUMO é inovador, quer no formato, quer no conteúdo. Neste centro de tecnologias criativas gratuito, cada jovem escolhe o que quer aprender e aprende ao seu ritmo. O jovem escolhe os seus projetos, constrói o seu caminho, sem testes e sem notas.
O TUMO é complementar ao ensino formal e tem como objetivo capacitar jovens dos 12 aos 18 anos para tirarem partido dos desafios e oportunidades da sociedade do futuro. As suas áreas de aprendizagem aliam a criatividade e a tecnologia e privilegiam o desenvolvimento das competências STEAM (science, technology, engineering, arts, maths), podendo os estudantes escolher entre oito áreas de competências tecnológicas e criativas: Animação, Desenvolvimento de Jogos, Programação, Fotografia, Música, Design Gráfico, Cinema e Robótica.
Nascido na Arménia e já instalado em mais de 20 cidades, do Japão aos Estados Unidos, TUMO abriu em Portugal, em 2023, em Coimbra, e no ano passado em Lisboa e mantém a ambição de chegar a outras partes do país.
“O TUMO é mais do que um espaço de aprendizagem — é uma oportunidade real de transformação para milhares de jovens”, afirma Pedro Santa Clara. No ano letivo de 2024/25, os centros de Lisboa e Coimbra acolheram um total de 2.354 estudantes, com idade média de 15 anos, dos quais 59% são rapazes e 40% raparigas, provenientes de 280 escolas diferentes, maioritariamente públicas.
Estes alunos representam 52 nacionalidades, embora a maioria sejam portugueses. No conjunto, 37% dos estudantes apresentam algum tipo de vulnerabilidade, incluindo jovens integrados em contextos TEIP, institucionalizados ou referenciados por instituições de solidariedade social, com Necessidades Educativas Específicas, abrangidos pela Ação Social Escolar ou com mães com baixa escolaridade.
Como se aprende no TUMO
A primeira fase é de exploração das várias áreas, após o que cada estudante escolhe as que mais gosta e dá início ao seu percurso de aprendizagem, que é feito presencialmente no centro, ao seu próprio ritmo e colaborativamente com os colegas. O plano passa por várias etapas à medida que vai completando um conjunto de atividades modulares com níveis crescentes de dificuldade. Cada aluno é acompanhado ao longo de todo o seu percurso pela equipa educacional, que presta apoio constante e assegura o desenvolvimento de cada aluno e do seu potencial único.
Ao longo das várias etapas são realizados workshops práticos liderados por especialistas em cada área, e, no final, são organizados laboratórios avançados, multidisciplinares, com especialistas convidados que vão trabalhar com os alunos em projetos do mundo real. No final do percurso, cada jovem terá um portfólio com os trabalhos realizados, um registo individual das suas aprendizagens e realizações. E um trunfo mais para lutarem pela sua integração no mercado de trabalho com competências pedidas pelas empresas.