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Carlos Tavares: “o Banco Montepio está no caminho da consolidação”

Banco Montepio sobe 14% os lucros para 6,5 milhões no primeiro trimestre. Carlos Tavares diz ao JE que os números mostram “que o banco está no caminho da consolidação, mas há trabalho pela frente”.

O Banco Montepio atingiu um resultado líquido de 6,5 milhões de euros no primeiro trimestre de 2019, que compara com 5,7 milhões no final do período homólogo, uma subida de 14%.
Carlos Tavares, chairman do Banco Montepio, disse ao Jornal Económico que os resultados “mostram que o banco está no caminho da consolidação”.
“Os rácios estão melhores”, disse, mas ressalva que “há muito trabalho pela frente, designadamente na execução do ambicioso Plano de Transformação, o que implica uma alteração profunda na organização do banco, na forma de trabalhar e no posicionamento comercial”. Para o presidente do conselho de administração do Banco Montepio, “o ano de 2019 é de transição porque estamos a implementar as medidas do Plano de Transformação, cujos resultados só se verão plenamente nos anos seguintes”.
O banco diz que para a subida dos lucros contribuíram o desempenho favorável do produto bancário core, a redução dos custos operacionais e a diminuição das dotações para imparidades e provisões, “incorporando os efeitos das medidas adoptadas em sede de aprovação, concessão e controlo de crédito”. O custo do risco de crédito reduziu-se para 0,58% no primeiro trimestre, face aos 0,68% do período homólogo, traduzindo o efeito da melhoria da qualidade da carteira de crédito. O total de dotações para imparidades e provisões constituídas no trimestre apresentou uma redução de 22,7% face ao valor contabilizado no período homólogo, situando-se em 22,6 milhões, para a qual contribuíram as reduções das imparidades do crédito em 5,1 milhões e das imparidades de outros ativos em 2,6 milhões, compensadas desfavoravelmente pelo reforço de imparidades de ativos financeiros e de outras provisões em 0,5 milhões cada. No final do primeiro trimestre o rácio de NPE (crédito improdutivo) atingiu 14,3%, menos 0,1 p.p. do que no final de 2018, o que reflete a redução de exposições não produtivas no período (-0,3 p.p.) e o efeito desfavorável induzido pela diminuição da carteira de crédito (+0,2 p.p.). A cobertura de NPE por imparidades subiu para 52,1%.
Na atividade internacional do destaca-se o contributo do Finibanco Angola para o resultado consolidado líquido (em resultados de operações em descontinuação) no montante de 2,3 milhões de euros, face aos 6,1 milhões em 2018.
A evolução do produto bancário core foi determinada pelo contributo positivo da margem financeira, que ascendeu a 61,1 milhões no primeiro trimestre de 2019 por comparação com 59,9 milhões no período homólogo de 2018. Este valor reflete o efeito conjugado da diminuição dos juros recebidos com a carteira de crédito (-10,7 milhões), a redução dos juros pagos na carteira de depósitos (-7,5 milhões), o decréscimo dos encargos com juros da dívida emitida (-2,1 milhões), a redução dos encargos com juros de recursos tomados no mercado interbancário (-1,1 milhões) e o aumento dos juros recebidos com outras aplicações (+1 milhão de euros).
As comissões líquidas ascenderam a 28,3 milhões, em linha com as comissões obtidas no período homólogo. Os resultados de operações financeiras foram negativos em 1,3 milhões, que compara com as perdas de 1,0 milhões registados no período homólogo, suportados pelo aumento dos resultados com a carteira de títulos (+0,6 milhões). Os custos operacionais evoluíram favoravelmente traduzindo o impacto das medidas adoptadas com vista ao aumento dos níveis de eficiência, registando uma redução de 2,6 milhões (-4,1%), suportada na diminuição de 3,8 milhões nos custos com pessoal. O rácio cost-to-income situou-se em 64,0%.
Os rácios de capital Common Equity Tier 1 (CET1) e Capital Total situaram-se em 13,5% e 15,0%, respetivamente. A evolução do rácio de capital total traduz o reforço dos fundos próprios (1.600 milhões em 31 de março), refletindo a geração orgânica de capital, o aumento dos fundos próprios de nível 2 na sequência da emissão de dívida subordinada e a redução de 60 milhões dos ativos ponderados pelo risco, em resultado da venda de ativos não estratégicos e da gestão da alocação do risco nas carteiras de crédito e de títulos de dívida. 

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