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BCP executa construtora Elevo por dívida de seis milhões

São cinco leilões de ações do Elevolution Group, detidas pelo BCP,  fruto de execução e em que a executada é a Nacala Holdings, liderada por Gilberto Silveira Rodrigues. O valor dos cinco lotes que estão no e-leilões soma 1,36 milhões de euros em termos de valor base.

Há seis ações de execução de ativos mobiliários do Grupo Elevo com um valor global de cerca de 5,8 milhões de euros, cuja venda está a decorrer no e-leilões.

São cinco leilões de ações do Elevolution Group, detidas pelo BCP,  fruto de execução e em que a executada é a Nacala Holdings, liderada por Gilberto Silveira Rodrigues. O valor dos cinco lotes que estão no e-leilões soma 1,36 milhões de euros em termos de valor base.

A isto acrescem 4,47 milhões de euros de obrigações não cotadas da Elevolution - Engenharia e da FCSC SGPS, “holding” que era a cabeça do grupo, que resultou da fusão das construtoras Edifer, Monte Adriano, Hagen e Eusébios, detidas pelo BCP.

Ao todo estão a leilão cerca de 5,83 milhões de euros em títulos (ações e obrigações) do grupo Elevo que ficaram na carteira do BCP.

A dívida do Grupo Elevo ao BCP, em 2020, chegou a ascender a 160 milhões de euros, segundo uma fonte conhecedora do processo.

Nessa altura, a Njord Partners ficou a gerir os créditos não produtivos adquiridos ao Novobanco e BCP, relativos ao Elevolution Group, no valor total de 280 milhões de euros, segundo revela a Legal 500, que destaca aqui o papel da assessoria jurídica da Garrigues.

Segundo chegou a noticiar o Jornal de Negócios, em 2022, o grupo Elevo viu aprovado um plano de recuperação que pressupunha o perdão de mais de metade de uma dívida, na ordem dos 350 milhões de euros, tendo ficado de fora os créditos reconhecidos das instituições financeiras. Na lista de 135 credores do Elevolution Group, faziam parte instituições bancárias como o BCP (26,2 milhões de euros), a Caixa Geral de Depósitos (24,7 milhões), o Novobanco (17,7 milhões de euros), ou o Banco Montepio (12,1 milhões de euros).

Em janeiro de 2022, o Banco Montepio entrou com uma ação executiva sobre o Elevolution Group, no valor de 4,3 milhões de euros, tendo no mês seguinte requerido a sua insolvência no Juízo de Comércio de Sintra.

Recorde-se que o Elevolution Group entrou com um Processo Especial de Revitalização (PER) em 2022, com uma dívida na ordem dos 350 milhões de euros a 135 entidades, incluindo o Fisco e a Segurança Social, que foi aprovado por 80% dos seus credores, mas não recebeu luz verde judicial. No fim de 2023 foi publicado, no portal Citius, o anúncio da recusa da homologação do PER.

O que está em leilão?

O e-leilões é um site criado pela Ordem dos Solicitadores e dos Agentes de Execução com o objetivo de vender bens penhorados, no âmbito de um processo de execução, através de leilões eletrónicos, nos quais qualquer pessoa pode licitar.

O lote de maior valor que está à venda é a emissão de obrigações, cujo leilão decorre até 11 de setembro deste ano, tem o valor mínimo de venda dos títulos de 3,8 milhões, e resulta de um processo de execução contra a FCSC SGPS  e a Elevolution Engenharia, no Tribunal da Comarca de Lisboa Oeste, na Unidade Orgânica de Sintra.

Depois há um lote de 71.576 ações ordinárias do Elevolution Group SGPS com o valor nominal de 1,00 euros e depositadas na conta de valores mobiliários, aberta junto do Millennium BCP. Num processo de execução em Matosinhos, no Tribunal da Comarca do Porto.

Segue-se um segundo lote 97.168 ações da mesma empresa, fruto de um processo de execução junto do Tribunal de Braga.

Surge depois outro leilão de 99.919 ações do Elevolution Group, fruto de um processo de execução interposto em Santa Maria da Feira, no Tribunal da Comarca de Aveiro.

A que se junta um leilão de 31.933 ações da mesma empresa, fruto de uma execução junto do Tribunal da Comarca de Coimbra.

Por fim, está em leilão um lote de 105.949 do Elevolution Group, fruto de uma ação de execução que entrou no Tribunal de Braga.

A executada no caso das ações é sempre a Nacala Holdings.

O grupo Elevo era controlado em 75,4% pela FCSC SGPS e em 24,58% pela Nacala Holdings, ambas lideradas por Gilberto Rodrigues, antigo responsável da Mota-Engil África.

O grupo Elevo foi comprado, em 2017, pela Nacala Holdings ao fundo Vallis por 90 milhões de euros. Era um grupo especializado em construção civil presente em vários países do mundo.