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BCP em máximos de oito anos: Tendência acompanha sector e tem margem para continuar

As ações do BCP atingiram na passada terça-feira máximos de oito anos, tendo terminado as negociações no valor mais alto desde julho de 2016. A subida está associada aos juros elevados e as subidas serão para manter, de acordo com um especialista ouvido pelo JE.

As ações do Millenium BCP atingiram, na última terça-feira, máximos de oito anos, ao alcançarem os 0,3969 euros nas negociações. Um sinal positivo, que está sobretudo ligado ao ambiente macroeconómico e à demonstração de força da empresa, de acordo com um especialista ouvido pelo Jornal Económico.

Depois de terem atingido mínimos históricos no início da pandemia, os títulos do BCP têm vindo a recuperar terreno, o que não surpreende, se olharmos para o contexto da banca europeia, de acordo com o consultor de investimentos Marco Silva.

A subida da cotação de mercado daquele banco "segue o sector", na medida em que é notória uma valorização das demais cotadas nas bancas europeias.

Os dados do Euro Stoxx Banks corroboram precisamente essa tendência. O índice reúne alguns dos grandes bancos europeus, como é o caso do Santander, BNP Paribas ou Deutsche Bank, tendo registado uma subida de 86,88 pontos para os 143,82 pontos desde julho de 2016 (de quando datam os máximos alcançados pelo BCP).

O consultor abordou, por um lado, a componente geral, que tem mexido de forma positiva com o sector da banca. Os títulos daquelas cotadas têm valorizado, em reflexo de "ventos positivos" que estão ligados aos "juros elevados, não obstante o corte de juros por parte do BCE, porque os juros ainda estão elevados e não existe perspetiva que desçam nos próximos tempos", assinala.

O próprio recorda que "quando os juros [finais de 2022] começaram a subir a sério, os títulos começaram a subir significativamente", tanto os do BCP como de outros players do sector. "Houve uma grande puxada desde outubro de 2022 até agora", refere.

Por outro lado, o consultor de investimentos apontou ainda para a componente específica, que diz respeito à recuperação do BCP após uma "fase complicada", que se alia a "uma melhoria dos resultados da operação que o banco tem na Polónia".

De qualquer forma, alerta que os títulos continuam "bastante longe" de alcançar máximos históricos

Sobre aquilo que o futuro poderá reservar para as ações do BCP, o próprio não tem dúvidas de que "a fase de maior expansão já passou", o que não significa que já não exista margem para ganhos.  "Ainda têm espaço para subir, porque os juros foram cortados mas continuam altos", destaca, além de lembrar que "as margens operacionais são boas", o que representa sinais positivos para os mercados.