No primeiro mês do ano longínquo (pelo menos em termos políticos) de 2018, Mahmoud Zeidan Abbas, líder da Autoridade Palestiniana – que governa (ou governava na altura) a Cisjordânia – esteve em Bruxelas para pedir à União Europeia que reconhecesse em bloco o Estado da Palestina. Não foi ouvido. A opção da União sobre a matéria era a de alinhar sem hesitação e sem crítica pela estratégia, qualquer que ela fosse, decidida no interior da Casa Branca. Não será por isso de estranhar que o périplo que Abbas está neste momento a realizar na frente diplomática não contemple, que se saiba, uma paragem em Bruxelas. Mas levou o líder palestiniano a Moscovo e a Ancara – e a falar diretamente para Teerão – onde encontrou apoio confirmado à sua agenda e oposição declarada às iniciativas de Israel. Abbas chegou mesmo a receber um convite da Rússia para que a Palestina se faça representar na próxima cimeira dos BRICS – que terá lugar em princípio em outubro próximo.