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Autoeuropa. Trabalhadores não devem ser "lesados por situação a que são alheios", diz CT

Rogério Nogueira assume que os trabalhadores da empresa estão "ansiosos e apreensivos" em relação à suspensão da produção de veículos entre 11 de setembro e 12 de novembro, período no qual a Autoeuropa irá aplicar o lay-off.

É com um misto de ansiedade e esperança que os trabalhadores da Autoeuropa aguardam a reunião desta segunda-feira, 4 de setembro, e da qual irá sair a proposta da empresa produtora de automóveis relativa ao lay-off que será aplicado durante nove semanas devido à suspensão da produção de veículos entre 11 de setembro e 12 de novembro em detrimento da falta de peças de um fornecedor esloveno.

Rogério Nogueira, coordenador da Comissão de Trabalhadores (CT), refere ao Jornal Económico (JE), que espera chegar a um entendimento através do diálogo com a empresa para que os trabalhadores não venham a ser lesados nesta situação. "Não sabemos qual vai ser a proposta e condições da empresa e na qual vai aplicar este lay-off, mas estamos convictos e focados de que iremos chegar a um entendimento em que os trabalhadores não sintam uma quebra de rendimento e que se consiga chegar a um consenso", afirma.

Questionado sobre se a CT já tem alguma proposta preparada para responder às soluções que vão ser apresentadas pela empresa, Rogério Nogueira assume que vai aguardar numa primeira fase para ver o que a Autoeuropa tem para propor aos trabalhadores. "Na nossa opinião a empresa tem todas as condições para garantir que os trabalhadores não percam rendimentos relativo a um problema que não têm qualquer tipo de culpa", sublinha.

O responsável mostra-se esperançado de que a empresa neste processo tenha uma responsabilidade social que lhe é exigida neste momento e que "olhe para os trabalhadores como a grande mais-valia que existe nesta fábrica e que não devem ser lesados por uma situação da qual são totalmente alheios".

Em relação ao feedback que tem tido sobre os trabalhadores, Rogério Nogueira destaca que se encontram apreensivos e ansiosos para que o problema se resolva em menos tempo do que as nove semanas que foram anunciadas pela empresa.

"Uma paragem desta dimensão numa empresa como a Autoeuropa não é algo que se tenha passado nos últimos anos. Sinto que existe também uma confiança dos trabalhadores em quem os representa, uma força e postura construtiva para que cheguemos a bom porto e consigamos resolver o problema para que o mais cedo possível a Autoeuropa volte à sua normalidade", realça.

A Autoeuropa prevê suspender a produção de veículos entre 11 de setembro e 12 de novembro devido à falta de peças de um fornecedor esloveno, tendo informado os trabalhadores que "esse período poderá ser reduzido com o evoluir da solução do problema". A administração da empresa, que inicialmente tinha anunciado uma paragem de seis semanas, informou também a CT que "irá aplicar o lay-off" durante as nove semanas de paragem de produção e que "lamentavelmente" irá rescindir os contratos a termo incerto, numa comunicação interna a que o JE teve acesso.

Segundo Rogério Nogueira, “apesar de serem temporários temos de olhar para estes trabalhadores como uma questão social”, realçando que a CT “vai pedir à administração que não percam o posto de trabalho”. Avança aqui que o objetivo é arranjar forma de salvaguardar aqueles postos de trabalho que pode, por exemplo, passar pela readmissão dos trabalhadores temporários após o fim da suspensão da produção.

No caso do lay-off, uma das medidas poderá ser implementada é a aplicação dos chamados downdays. Numa comunicação aos trabalhadores, a empresa assegura que a direção de fábrica e a comissão de trabalhadores "estão a trabalhar conjuntamente na melhor solução de minimização do impacto da suspensão da produção para todos os colaboradores".